No silêncio da noite, fui acordada por gritos e soluços angustiantes.
Ainda tentando entender o que estava acontecendo, ouvi a porta do meu quarto ser escancarada com violência.
Renata invadiu o quarto, chorando descontroladamente. Antes que eu pudesse reagir, senti a mão dela estalar contra meu rosto, uma, duas, várias vezes.
— Como você teve coragem de fazer isso? Já não bastava machucá-la de dia, agora quer matar a Isabela também? — Renata se jogou no colo do meu pai, soluçando, enquanto gritava. — Ela sabia que a Isabela é alérgica a pêssego e, mesmo assim, colocou suco de pêssego no travesseiro e no colchão! Isso foi de propósito, ela queria matar a nossa filha!
— Chega, Renata, não precisa chorar assim. Ainda bem que a Isabela tomou o remédio e está fora de perigo. — Meu pai tentou acalmá-la, mas enquanto falava, seu olhar para mim era frio, cheio de desprezo. — Mariana, não tem mais como. Você só traz problemas para essa casa. Amanhã mesmo vai embora.
Renata imediatamente parou