O homem que a havia salvado era o mesmo que, numa noite de tempestade torrencial, a havia levado em seu carro para ver a avó pela última vez.
Apesar da chuva e da escuridão daquela noite, ele baixava o vidro e oferecia ajuda ao vê-la desesperada na estrada. Por gratidão, ela havia memorizado aquele rosto de traços marcantes. Ao sair do carro, havia deixado todo o dinheiro que tinha na bolsa como forma de pagamento.
— Olá, me chamo Noah. — Apresentou-se ele, com a voz firme.
— Olá, sou Irene. Obrigada por me salvar. — Respondeu ela, ainda surpresa. — A gente se viu uma vez no nosso país, você me levou ao hospital, lembra?
Noah sorriu, um gesto breve e raro naquele ambiente hostil.
— Lembro, sim. Nunca imaginei que nos veríamos aqui novamente.
Ele se lembrava perfeitamente da garota. Na época, ele estava de folga e vira alguém acenando desesperadamente na beira da estrada. Ela parecia tão desamparada, à beira de um colapso, que ele não hesitou em levá-la. Jamais esperava encontrar aquel