Os dias que se seguiram ao primeiro beijo foram envoltos em uma mistura de felicidade serena e nervosismo silencioso. Esther e Filipe haviam finalmente atravessado a linha entre aluno e professor, e agora, cada encontro, cada toque, cada troca de olhar parecia ter um novo peso — como se o mundo deles estivesse se desenhando com traços mais fortes e definidos.
Eles começaram a passar mais tempo juntos fora do curso. Estavam descobrindo a simplicidade das pequenas coisas: cozinhar juntos sem pressa, rir de erros bobos na cozinha, conversar até tarde sobre filmes, sonhos, memórias de infância. Esther sentia que estava descobrindo Filipe de verdade, camada por camada — e quanto mais o conhecia, mais se apaixonava.
Mas nem tudo era leveza.
Uma tarde, enquanto ajudava na organização de um novo módulo do curso, Esther ouviu duas alunas comentando no corredor.
— Você viu como a Esther anda grudada no professor Filipe? — disse uma delas com um sorriso malicioso.
— Vi sim. Aposto que está tenta