O curso de culinária estava entrando na reta final, e com ele, uma atmosfera de despedida e expectativas preenchia a sala. Os alunos, mais confiantes e apaixonados pela arte de cozinhar, já falavam sobre planos, novos cursos, food trucks e até restaurantes. Esther, por sua vez, sentia-se estranhamente dividida. Por um lado, estava feliz com o progresso que havia feito. Por outro, o fim do curso parecia o prenúncio de algo que ela ainda não queria encarar: o que seria do relacionamento com Filipe agora?Naquela manhã, Filipe entrou na sala com um sorriso mais contido que o de costume. Havia algo em seu olhar, uma inquietação sutil. Ele cumprimentou os alunos, organizou os materiais e começou a aula com a mesma dedicação de sempre, mas quem o conhecia bem — como Esther agora conhecia — percebia que havia algo fora do lugar.No intervalo, ela se aproximou dele no canto da sala.— Está tudo bem? — perguntou, tocando levemente o braço dele.Ele suspirou e assentiu, mas não de forma convinc
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