A madrugada ainda cobria Raventon com seu véu de névoa espessa. No interior da cabana ancestral, o silêncio entre Brianna e Klaus era mais barulhento do que qualquer tempestade. O fogo na lareira crepitava, lançando sombras que dançavam nas paredes, como se o próprio destino zombasse da entrega que haviam compartilhado — ou quase compartilhado.
Brianna se vestia lentamente, os dedos trêmulos ao amarrar o espartilho de couro. Klaus, de pé perto da janela, observava a escuridão lá fora com os olhos vermelhos como brasas enfraquecidas. Ele não a tocava. Não agora. Algo nele havia mudado. Algo nela também.
— Você se arrepende? — ele perguntou, sem olhar para ela.
Brianna sentiu um arrepio na espinha, mas não respondeu de imediato. Terminou de se vestir, sentou-se na beirada da cama, e o fitou por longos segundos.
— Não sei o que sinto — disse enfim, com honestidade crua. — Meu corpo grita por você... mas meu coração... ainda está preso ao que Peter e eu tivemos. Ou ao que poderíamos ter t