só estava começando.
O relógio da parede marcava pouco depois das quatro da tarde quando dois carros pretos surgiram novamente no horizonte, levantando uma nuvem espessa de poeira vermelha. Santiago olhou pela janela da cozinha, apertou os olhos e, sem dizer uma palavra, deixou imediatamente a caneca de café sobre a mesa.
— Fique no quarto. Tranque a porta. Não abra por nada. — disse, firme, encarando Rafaella. Ela, mesmo fraca, pegou Matheus no colo e fez exatamente o que ele ordenou.
O portão rangeu quando os carros entraram sem pedir permissão. Homens de preto desceram, com rádios nos bolsos e mãos inquietas. Bruno foi o último a sair, seguido de perto por José Ricardo, que ajeitava os punhos da camisa como quem se prepara para uma negociação tensa — ou uma guerra.
Santiago caminhou até a varanda. Os passos pesados, as mãos nos bolsos, o chapéu lançado para trás. O olhar não tremia, mas o peito apertava. Sabia que, ali, um erro poderia custar uma vida — ou duas.
— Boa tarde, senhor Andrade. — José Rica