Os dias passavam em aparente harmonia na mansão Andrade. Matheus estava cada vez mais animado com a proximidade de seu aniversário. Falava disso o tempo inteiro: os balões, o bolo, os super-heróis… e, claro, os convidados.
Na manhã de sábado, durante o café da manhã, ele pulava na cadeira ao lado de Santiago, que lia o jornal, enquanto Rafaella e Rebeca tomavam café na varanda.
— “Mamãe, vamos convidar o tio Bruno, né?” — Matheus perguntou de súbito, fazendo todos na mesa pararem por um segundo. — “Ele veio aqui esses dias. E ele foi legal… trouxe brinquedo e tudo!”
Rafaella, que segurava a xícara, congelou. Santiago abaixou o jornal devagar e olhou para ela. O silêncio pareceu pesado por um instante.
Matheus, inocente como sempre, continuou:
— “E o tio José também! Ele é engraçado. E eu vi ele beijando a tia Beca outro dia escondido, né tia Beca?”
Rebeca engasgou com o café. Tossiu, tentando conter o choque. Rafaella arqueou uma sobrancelha, virando-se imediatamente para a irmã.
— “T