Rafaella caminhava apressada em direção ao balcão, onde pretendia comprar uma água com limão. Precisava se recompor. Precisava respirar. Mas não teve tempo.

De repente, uma mão forte segurou seu braço com firmeza. O coração disparou. Quando virou o rosto... seus olhos encontraram aqueles olhos verdes que ela conhecia melhor do que gostaria.

— “Ora, ora... a senhora Santos está gostando de viver a vida... ao lado de outro homem que não seja o próprio marido?” — Bruno disparou, com a voz cheia de ironia e amargura.

O peito de Rafaella apertou. Ela puxou o braço com força, respirou fundo e, antes de respondê-lo, olhou discretamente para o salão, para a mesa mais adiante... lá estava Dom Santiago Andrade, sentado com outros investidores, tranquilo, alheio àquela tempestade prestes a explodir.

Rafaella então virou-se para Bruno, levantou o queixo, firme, e cravou:

— “Deixei de ser ‘senhora Santos’... Aliás... pensando bem... nunca fui.” — seus olhos brilhavam, não de dor, mas de libertação