A noite seguinte ao almoço de despedida foi marcada pelo silêncio. No quarto do hotel, as malas já estavam arrumadas para a viagem de volta, mas Rhaek não conseguia dormir. O incômodo crescia como brasas sob a pele.
Sentado à beira da cama, observava Narelle soltar os brincos e massagear os pulsos delicados.
— Narelle… — a voz dele saiu grave, pesada — o que houve no toalete?
Ela parou por um instante, olhando o reflexo no espelho, mas não respondeu de imediato.
— Nada, Rhaek. Já disse que não foi nada.
— “Nada” não demora tanto. — Ele se levantou, aproximando-se, o olhar fendido pelo ciúme. — Foi Kalil, não foi?
Narelle respirou fundo. Tentou se recompor, mas um sorriso breve, quase irônico, escapou.
— Se eu não soubesse o quanto é ridículo… — murmurou, cruzando os braços — diria que Kalil é o próprio Kael… em outra pele.
Rhaek riu, seco, como se a ideia fosse absurda demais para ser considerada.
— Então você teve uma recaída — disse, frio, encarando-a como se pudesse arrancar a verd