O cheiro de carne grelhada invadia o refeitório executivo da Corporation, mas Narelle sentia náusea só de pensar em comer. Ainda assim, seus sentidos pareciam aguçados como nunca. Cada movimento ao redor, cada voz baixa, cada par de olhos que desviava rapidamente quando ela passava... tudo a fazia ferver por dentro.

Rhaek percebeu.

Estava sentado à frente dela, uma bandeja intacta entre os cotovelos e aquele olhar de predador que examinava sem pedir licença. Ele não disse nada de imediato, apenas a observou enquanto ela levava uma colher de arroz à boca e logo empurrava o prato de lado.

— Não vai comer? — ele perguntou, num tom que pretendia soar casual, mas carregava tensão demais para enganar qualquer um.

— Estou sem apetite — murmurou, passando a mão sobre o ventre, distraída.

— Isso é o que você diz — Rhaek falou, os olhos agora fixos nela com mais intensidade. — Mas o seu corpo está dizendo outra coisa.

Narelle ergueu o rosto devagar, como se tivesse sido chamada para um duelo.

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