A sala ainda cheirava a pólvora. O Conselho estava dividido. Alguns, alfas antigos, se calavam por vergonha — ou conveniência. Outros, mais jovens, tremiam de indignação. As palavras de Narelle, os gritos, o silêncio e a imobilidade covarde de Rhaek haviam exposto o que muitos sabiam, mas nunca ousaram dizer: a ordem lunar estava apodrecida. E o sangue ômega — de lobas como Narelle, Luna, e outras sem nomes — sustentava o trono de todos. A revolução não começaria com fogo. Começaria com ela.
[...]
Em casa, sentindo-se exausta emocionalmente. Na mansão estando mergulhada em silêncio ela atravessou os portões de ferro. A fachada de pedra negra refletia a luz fria dos holofotes, mas dentro tudo era sombra e calma. Nenhum empregado à vista, como ela preferia nas noites em que voltava do Conselho
Subiu os degraus sem acender as luzes, os saltos afundando no tapete espesso como se o chão reconhecesse seu cansaço. Passou pelo corredor de pinturas antigas, pelas salas que só existiam para