Luxor atravessou os portões da sede central da alcatéia com o mesmo olhar que carregava desde menino: distante, apurado, como quem enxerga além da matéria. Agora com dezessete anos, sua estatura ultrapassava a de muitos Alphas. Ombros largos, corpo firme, rosto anguloso e silencioso. Nada nele sugeria docilidade — exceto, talvez, o mistério dos olhos de cor âmbar, tão hipnóticos quanto perigosos.
A recepção organizada por Narelle era discreta, com os membros do conselho reunidos no salão interno. Ele detestava festas, discursos, gente demais. Mas sabia que hoje não poderia fugir. Era a noite anterior ao ritual de passagem. E os olhos estavam todos sobre ele.
Rhaek o esperava na varanda de pedra que dava vista para as planícies, braços cruzados, um cigarro apagado entre os dedos.
— Está pronto? — perguntou o pai, sem rodeios.
— Estive pronto há muito tempo. Vocês é que demoraram — respondeu Luxor com um tom sem esforço, a voz grave e controlada.
Rhaek arqueou uma sobrancelha. — A arrog