RENZO ALTIERI
Caí em uma escuridão absoluta. A dor no peito onde a bala tinha atingido queimava como se alguém tivesse acendido brasas dentro de mim. Cada célula do meu corpo parecia gritar em agonia, cada fibra queimava, e eu uivei, um grito que parecia rasgar o próprio espaço ao meu redor. Mas não havia ninguém para me ouvir. Meu grito se perdeu na imensidão da dor, e mesmo assim, ele era real para mim, brutal, intenso, incessante. O ar voltou a encher meus pulmões aos poucos, mas não era alívio. Meu coração batia de forma irregular, acelerada, uma batida que não era minha, e o fogo que consumia meu peito não diminuía. Eu não podia mais sentir a ardência; era uma dor diferente agora, uma sensação que me confundia, que me tornava instável. Eu podia jurar que estava morrendo e renascendo ao mesmo tempo, como se meu corpo estivesse sendo reconstruído por dentro.
— Não vai demorar muito, Renzo. — A voz de Zael veio distante, um eco atravessando aquela tortura.
Queria arrancar a cabeça