RENZO ALTIERI
— Senhor, ele está tendo uma parada cardíaca.
A voz metálica e fria de Marvin ecoa pelo ponto no meu ouvido como um tiro de fuzil. Por um segundo, o mundo à minha volta congela. Meus músculos enrijecem. O tempo se dilata. Eu olho para o corpinho mole nos meus braços, e pela primeira vez em anos, sinto o chão fugir dos meus pés. Retiro a máscara e jogo longe.
Ajoelho-me com cuidado, deito Dante no chão frio de mármore. Meu filho. Ele não está respirando. Meu coração entra em colapso junto com o dele, mas minhas mãos se movem por instinto — coloco uma sobre a outra, pressiono o centro do seu peitinho com a precisão que aprendi, mas com uma delicadeza que me despedaça.
— O que está fazendo...? — ouço a voz dela, tremendo. Longe. Distante.
— Ele tá tendo uma parada cardíaca. — murmuro entre dentes, com os olhos fixos no rosto pálido do meu filho. Meus dedos não param. Compressão. Ritmo. Respiração. Meu corpo está em automático. — Tem uma maleta de primeiros socorros no meu