RENZO ALTIERI
O sol mal havia nascido no Rio de Janeiro quando as SUVs da Dita d’Acciaio pararam em frente ao Copacabana Palace. O vidro fumê refletia o brilho pálido do amanhecer, mas por dentro do carro a atmosfera era de guerra iminente.
Desci primeiro. O sobretudo preto balançava com o vento salgado vindo do mar. Ao meu lado, Marino caminhava em silêncio, tenso. Seu maxilar travado entregava tudo o que ele não dizia. Soldados se espalharam, discretos, como fantasmas armados em trajes caros. Cada um tinha uma posição. Cada um sabia que a ordem era inquestionável.
Entramos.
O hall do hotel exalava luxo. Tapetes bordados à mão, mármore italiano, lustres de cristal. Um contraste absurdo com o sangue que eu sabia que poderia ser derramado ali hoje.
— Isso vai dar um problema do caralho. — Marino resmungou baixo, ao meu lado. — É uma péssima ideia isso, Renzo.
Ajeitei o paletó e não parei de andar.
— O Círculo de Ferro só existe por causa do meu avô, Coppolla, ele criou isso tentando i