RENZO ALTIERI
O cheiro de pão fresco era a primeira coisa que atingia meus sentidos quando entrei na sala de jantar. Era quente, envolvente, quase como um abraço invisível que te puxava para dentro daquele espaço sagrado. Dante caminhava ao meu lado, seus dedos miúdos entrelaçados nos meus, e quando vi Ginevra vindo da cozinha, com uma bandeja equilibrada na mão, senti algo que nem consigo nomear com precisão. Era paz, talvez. Algo que não visitava minha vida com tanta frequência.
A mesa estava um espetáculo. Havia croissants dourados, bolo úmido de chocolate, suco natural de laranja, leite com chocolate, café recém-passado, panquecas pequenas com coberturas doces, frios organizados como se fossem arte. Era o tipo de mesa que só Ginevra conseguia montar — não apenas com mãos habilidosas, mas com amor.
Quando ela nos viu, largou uma a forma na mesa e veio em nossa direção.
— Buongiorno, il mio tesoro! — disse ela, me envolvendo em seus braços com a força de uma mulher que ama inco