RENZO ALTIERI
O ronco grave dos motores soa como música pros meus ouvidos. O comboio serpenteia por Verona como uma cobra de aço, cada SUV se mantendo na distância certa — ninguém se aproxima, ninguém passa. Loki vai na frente. O lobo gigante abre caminho entre curiosos e jornalistas, olhar de fera. Vittorio pilota o carro como se fosse extensão do meu braço — Matteo do lado dele não para de falar com o time do perímetro pelo rádio.
Do banco de trás, eu observo meu moleque. Dante está com a testa encostada na janela, olhos arregalados, vendo o mundo que agora é dele também. Ele não fala nada — está quieto, absorvendo tudo. Minha esposa segura a mão dele com a esquerda, minha mão com a direita. Um elo que ninguém quebra.
Eu percebo o estardalhaço quando viramos a esquina. A Piazza di Verona inteira está tomada — imprensa, curiosos, convidados, uns civis metidos a besta que adoram um flash.
A Catedral Duomo di Verona ergue-se como um gigante de pedra, as torres góticas banhadas pelo so