O Peso da Verdade Silenciada
Com um suspiro tenso, Caleb fechou o laptop e se ergueu. Precisava de ar. Cruzou os corredores, passando pela ala pediátrica, onde ouviu uma risada infantil atravessar a parede.
Aquilo o abalou mais. Pensou em Lucas. O futuro de seu filho poderia estar comprometido pelas ações de uma mulher em quem confiou quase como uma irmã.
Ele não podia acusá-la ainda. Não sem certeza. "Não vou agir sem provas. Não contra ela", murmurou.
Decidiu manter segredo. Voltaria ao relatório ao final do dia, pediria acesso completo aos arquivos da MedSupplies, faria cruzamentos com empresas-fantasma. Reuniria tudo em sigilo.
Por ora, atuaria normalmente. Ainda haveria um jantar em família naquela sexta. Iria. Olharia nos olhos dela. E tentaria enxergar, pela primeira vez, se o brilho oportunista que temia não era fruto de sua paranoia.
Na manhã seguinte, o hospital fervilhava de energia. O som do carrinho de medicação arrastando-se pelo piso de cerâmica, o aroma de caf