O dia parecia comum demais para que Eloise suspeitasse de algo. No set, ela sorria, mudava de figurino, repetia falas sob as orientações do diretor. A equipe de maquiagem passava correndo com pincéis e sprays, e ela mergulhava no trabalho como se pudesse esquecer tudo.
Mas Jason, sentado em uma das cadeiras de apoio, não esquecia. Não conseguia. Cada vez que alguém passava perto demais de Eloise, seus olhos se estreitavam. Cada vez que uma porta se abria no corredor, seu corpo se erguia em alerta.
Ele pertencia àquele ambiente, artistas, câmeras, luzes, conversas rápidas sobre roteiro. Mas não importava. O único motivo de estar ali era ela.
Foi nesse turbilhão que uma voz grave o chamou, discreta, do canto do corredor.
— Senhor Hastings.
Jason ergueu os olhos, não havia muitas pessoas que o chamassem pelo nome do pai, já que a maioria o conhecia com ator e diretos. Um homem alto, de ombros largos e postura ereta, o observava. O tipo de sujeito que se destacava em qualquer lugar, não a