Eduardo não respondeu.
A pergunta de Noah continuou no ar como uma nuvem pesada, sufocante. Seu silêncio, embora breve, foi o bastante. O olhar do menino baixou lentamente, os ombros afundaram um pouco, e ele soltou um suspiro que soava cansado demais para alguém da sua idade.
— Ok. — murmurou Noah. — Eu já imaginava.
Eduardo quis negar, quis dizer qualquer coisa que suavizasse aquela verdade, mas não encontrou palavras. A verdade era que, mesmo se dissesse, o garoto não acreditaria. E ele já tinha entendido.
— Quando a gente tem um sentimento ruim dentro do peito... a gente sabe, mesmo que ninguém fale. — Noah continuou, olhando para as próprias mãos. — E a minha mãe... ela tem chorado escondido. Ela não acha que eu percebo, mas eu escuto ela de madrugada às vezes. E o jeito que ela me abraça, como se quisesse guardar o abraço por muito tempo... Eu sei que tem algo errado há semanas e ela foi ao hospital com frequencia demais para estar bem.
Eduardo sentiu os olhos arderem, mas pisco