Ainda de mãos dadas, Eduardo e Noah caminharam até a sombra de uma árvore no quintal. O menino levou com ele as folhas de papel e lápis de cor, e se sentou de pernas cruzadas na grama, como se aquele momento fosse uma continuação natural do que fazia antes. Eduardo sentou-se ao lado dele, tentando manter o corpo firme, mas sentia-se feito de vidro por dentro.
— O que você estava desenhando? — perguntou, apontando para a folha colorida.
— Um dragão. — Noah respondeu com simplicidade, mostrando o desenho. — Eu gosto de coisas medievais… castelos, espadas, essas coisas. Acho que nasci na época errada.
Eduardo riu com a observação, surpreso com o tom sério e articulado.
— É um dragão incrível. Você desenha muito bem. Eu... também gostava dessas coisas. Quando tinha sua idade, eu era obcecado por cavaleiros.
Noah ergueu as sobrancelhas, como se aquele detalhe já criasse uma conexão inesperada.
— Sério? A mamãe acha isso meio bobo, mas deixa eu gostar.
Eduardo assentiu, sorrindo.
— Não é bo