Dianne
No caminho, ela falou sem parar. Criticou a estrada escura, o motorista, falou mal da esposa do meu irmão mais velho e reclamou do seu novo médico.
— Eu continuo dizendo que sinto dores, mas ele não muda a medicação. Eu quero algo mais forte.
O carro parou diante do portão que foi aberto. Acima dos muros havia seguranças armados. Quando entramos, mais gente com armas em mãos. A minha mãe se aproximou da janela e olhou para fora com espanto.
— Meu Deus... Por que tudo isso?
— Para prevenir situações de risco, mãe.
Do portão até o lago, eram tristes mil metros. Eu tive vontade de saltar do carro e ir andando. Eu amava a minha mãe, mas não suportava ouvi-la sempre reclamar de tudo.
Quando estacionamos em frente à casa, desci e ajudei-a sair, estendendo-lhe a mão. Abri a porta e dei a ela passagem. Entrou e logo deu uma boa observada a sua volta com um olhar crítico. Retirei o paletó e fechei a porta.
— Venha, mãe. Dianne deve estar na cozinha.
O cheiro que sentia era maravilhoso. C