Cap.115
O silêncio dentro do carro parecia barulhento, carregado do eco dos gritos, da ameaça da arma, da declaração pública que incendiara o salão.
Selene tremia — não de frio, mas da descarga de adrenalina que agora recuava, deixando um rastro de choque e confusão.
O vestido esmeralda, outrora deslumbrante, estava encharcado, manchado e frio contra sua pele, enquanto o blazer de Adon repousava sobre seus ombros.
Adon dirigia com uma concentração feroz, os dedos brancos apertando o volante.
Ele não falou durante todo o percurso. De vez em quando, sua mão direita se soltava do câmbio e encontrava o joelho dela — um toque firme e rápido, como para se assegurar de que ela ainda estava ali, inteira.
Ele seguiu direto para o apartamento. Ao entrar, a familiaridade do lugar, outrora intimidadora, agora parecia um refúgio.
Adon trancou a porta e só então pareceu soltar o ar que prendia. Ele também havia ficado tenso com aquela situação de quase morte, porque, no fundo, esperava que Alex o a