Cap.114
A atenção que estava em Selene foi direcionada ao dono do grito que fez todos travarem.
O grito de Adon não foi apenas uma palavra. Foi um rugido que partiu o silêncio opressivo do salão — uma onda de choque de pura autoridade que fez até os lustres de cristal parecerem tremer.
Adon Felix não entrava no salão. Ele invadia o espaço, cada passo um baque ecoante no mármore. Seu rosto, normalmente uma máscara de controle gelado, era uma tempestade nua, que contraía cada músculo de sua mandíbula.
Mas, sobretudo, havia algo que fez o coração de Selene, ainda preso no gelo da vergonha, dar um solavanco de alívio.
Ele não olhou para Mima, para Rose, nem para os convidados boquiabertos. Seu trajeto foi uma linha reta e implacável em direção ao centro do círculo.
E, quando chegou, não se colocou entre Selene e Alex. Suas costas largas, envoltas no tecido impecável do terno, tornaram-se um muro entre ela e o mundo. Entre ela e Alex.
Selene, ainda de joelhos no champanhe derramado, ofegan