O amigo perfeito da heroína está para se casar e a heroína está muito triste. Então a heroína decidiu se despedir da vida anterior. a heroína fui a uma festa. E na festa conheci um homem com vestido de raposa, que acabou por ser o amigo perfeito da heroína que veio celebrar a única noite antes de se casar.
Leer másAndressa era uma jovem de 22 anos, alta, elegante, com um estilo que se assemelhava a uma modelo, com cabelos castanho-claros, longos e olhos verdes. Com um olhar triste e distante através da janela do seu quarto, Andressa estava confusa, sem saber que atitude tomar naquela linda noite de lua cheia. Abriu o guarda-roupa e ficou olhando as peças que gostava de colecionar. Por ela ser vaidosa, gostava de comprar vestidos, os quais eram diferentes uns dos outros e que atenderiam a cada ocasião para a qual ela estivesse disposta a sair.
Naquela noite, ela se encontrava determinada a sair de casa sem rumo e sem destino, pois estava se sentindo sufocada, e por isso, Andressa precisava fazer alguma coisa para mudar o semblante de seu rosto.
Said Moabit era descendente de árabe. Ele veio do Líbano com os seus pais, e com o tempo aprendeu a dominar bem o idioma português. Said tinha um bom porte físico, tinha boa presença, era carismático, moreno, alto e que chamava a atenção das mulheres por onde ele passava. Said tinha muitas qualidades, dentre elas, pode-se dizer que ele era muito simpático, o que conquistou a Vanda, a qual era morena, de olhos cor de mel e muito sensual. Uma jovem rebelde, possessiva e ciumenta, que não suportava a ideia de ele ter amizade com Andressa. Aliás, as duas sentiam antipatia uma da outra.
Vanda era filha de um fazendeiro que morava nas redondezas, as quais não eram muito distantes da cidade. Depois que eles se conheceram, passaram a namorar e logo ficaram noivos.
Andressa e Said residiam em uma cidade que era colonizada por poloneses e italianos. Nessa cidade, haveria a despedida de solteiro de Said, cujo tema seria um baile de máscaras, o qual foi feito em homenagem aos artistas do cinema mundial. Naquela noite, Andressa resolveu se vestir de Cinderela, usando um vestido vermelho com uma máscara preta, deixando somente os lábios e os olhos verdes à mostra, pois ela não queria que o seu amigo soubesse que ela estaria nesse baile, visto que ela tinha prometido que não iria. Entretanto, de repente surgiu uma enorme vontade de sair de casa e, por isso, ela foi.
Andressa estava inconformada em perder Said, pois eram confidentes e haviam passado a infância inteira brincando juntos nos quintais de suas casas. Eles se cuidavam como se fossem anjos protetores um do outro, o que significava um amor puro e verdadeiro. Além disso, eles se admiravam. As conversas sempre foram de respeito, carinho e de cumplicidade por ambas as partes. Gostavam de levar a criação de gado pelos campos ou, por vezes, pescavam no rio da região. E sempre que estavam tristes devido às brigas com os irmãos, ou até mesmo com namorados ou namoradas, sendo estas por parte dele, ambos se encontravam para se aconselharem.
A vida de Said era dividida entre o campo e os estudos, mas sonhava em ser um engenheiro civil, pois queria ser capacitado para construir prédios em uma grande cidade, de preferência em Curitiba.
Por conhecer muito bem o seu amigo Said, Andressa pensava que Vanda não era a mulher ideal para ele, e sim, a sua melhor amiga Eliana, que também o amava. Entretanto, ele apenas tinha olhos para Vanda, a qual atraía muitos olhares por onde passava.
Eliana era jovem, linda, loira e de olhos azuis que se apaixonou por ele desde a primeira vez em que o viu, mas a vida seguiu e ele estava prestes a se casar. Então, aquele baile de máscaras seria uma despedida de solteiro, embora toda a comunidade pudesse participar.
Andressa, naquela noite, sentia-se triste e abalada pensando na possibilidade de ver seu amigo se casando com Vanda. E por isso sentiu um vazio profundo em sua alma, fazendo com que ela se perguntasse:
— “E agora?” — Pensava ela em como seria a sua vida em diante sem as conversas, sem seus desabafos, sem ele por perto para protegê-la das inseguranças, dos medos, sem os conselhos, e sem a atenção que só ele tinha com ela. Quanto mais ela pensava, mais raiva ela sentia de Vanda, e por isso pensava:
— Que mulher ordinária ciumenta e possessiva! Não merece um cara legal. — Depois de cair a ficha de como ela estava se sentindo, ela se perguntou:
— Mas afinal, o que está acontecendo comigo? Por que estou me sentindo assim? Ele merece ser feliz, mesmo que seja com essa Vanda! Poderia ser a minha melhor amiga que o ama de verdade. Nem sempre a vida é como queremos!
Decidida a ir a esse baile, ela escolheu o vestido mais lindo que ela tinha em seu guarda-roupa, pois aquela noite prometia.
— Meu amigo Said Moabit não pode saber que vou a esse baile, o que ele vai pensar de mim? Logo eu que não gosto sair à noite, mas por que essa vontade de sair e de vê-lo pela última vez? Por que estou ficando paranoica e maluca? Ele é apenas meu amigo! E ele merece ser feliz, pois é o parceiro da minha vida. Tenho que me acostumar, quem sabe arrumar um namorado? Assim, deixo de ser dependente dele. E, seja lá o que Deus quiser. Hoje quero me divertir! Que roupa o Said Moabit vai usar?
Andressa ficava em frente ao espelho, falando consigo mesma, enquanto passava um batom vermelho em seus lábios. Queria surpreender a todos, ser especial, fazer algo diferente, sair um pouco da rotina, pois alguma mudança tinha que acontecer na sua vida. Estava cansada do seu cotidiano, pois era uma jovem de apenas 22 anos, cheia de energia e de disposição, alegre, tinha amigos e era amada por todos da sua família, mas mesmo assim se sentia sozinha. Embora Andressa tivesse muitos pretendentes, que sonhavam em namorá-la, nenhum conseguiu despertar seu interesse. Talvez por ela ser romântica, sonhava em um dia encontrar sua alma gêmea.
Andressa tinha um jeito muito peculiar, pois ela era independente, forte, “dona do seu nariz”, entretanto, não gostava de agito, mas naquela noite sentiu vontade de mudar o seu hábito, de dançar com alguém.
O casamento de Said seria no dia seguinte, e tal acontecimento estava incomodando-a, principalmente pela noiva se tratar de Vanda, a qual para a Andressa não era boa coisa, visto que ela não era uma pessoa em que pudesse confiar.
Mas o mal estava feito, pois haviam namorado e tudo se encontrava combinado, por isso, restava deixar que se casassem.
Desde criança gostei de ler e fazer palestra em que eu era coordenador de grupo de jovens. Meus pais eram católicos. E eu nasci com a devoção de ser um líder comunitário. Gostava de ouvir histórias que a minha mãe contava, até que um dia resolvi escrever um livro baseado na história que a minha mãe me contava antes de dormir. Bons tempos aqueles que eu vivia no interior trabalhando na lavoura. Com 22 anos vim pra cidade grande. Conheci um mundo diferente daquele que eu estava acostumado a viver. Tinha liberdade em tomar banho de cachoeira em águas cristalinas. Sentir o cheiro dos campos, levar a criação de gado para os matos da região. Na cidade grande conheci o paraíso, mas também o inferno quando fui feliz e sofri decepções em que perdi uma filha e a esposa quando ela ganhou a filha, e morreu não resistindo. E perdi.
— Eu sei pai, mas acabei descobrindo que eu não a amava. — Eu gostaria que você se acertasse com a filha do meu amigo Dionísio, Andressa, sei que são amigos, mas não fica bem vocês andarem para cima e para baixo, já não basta esse povo falador? — Já falei que somos grandes amigos, mas vou apresentar minha nova namorada e, quem sabe, a futura esposa! — Não estou gostando nada disso! Mal se separou e já está querendo fazer outra besteira? Filho, cria juízo! — Desta eu tenho certeza que o senhor vai gostar! — Said fazia muito esforço para não revelar a surpresa, tinha que segurar até a festa. Dionísio e seus dois filhos também não se conformaram com a situação, queriam muito que Andressa se casasse com Said, assim o povo ia parar de fazer fofoca a respeito da sua filha, pois as más línguas não davam uma trégua, com relação ao fato de Andressa ser amiga de Said, que ela não tinha vergonha de ter amizade com homem casado, e que estava atrapalhando ele escolher uma moça decente. O sa
— "Mas como ele descobriu?" — Ela não tinha coragem de perguntar e aceitou ouvir a proposta dele: — O que você pretende fazer? Perguntou ela. — Bom, vou te dar uma boa mesada, e mais um cheque generoso para você montar sua empresa, ou sei lá, faça o que quiser, vai ser independente! Não era isso que sempre quis? — Sim, mas, por que não posso ficar aqui nessa cidade? — Porque não quero ver a sua presença, você causou estragos demais na minha vida. É simples assim! Vanda nunca se sentiu tão humilhada como estava sendo. Não tinha saída a não ser aceitar e sair com o “rabinho entre as pernas”. Sabia que do que o povo da cidade era capaz. E certamente seria apedrejada, não sabia se gritava ou se chorava. Sentimentos se misturavam. Deu-se conta que subestimou seu marido e que ele não era tão ingênuo como ela imaginava, será que agora ela descobriu que era apaixonada por ele? E que Arthur não passava de uma fantasia da juventude? Tarde demais. Sua vaidade a levou à ruína, e agora ti
Mas essa parte ela queria acertar com ele, ia pagar tudo o que devia. Não queria misturar as coisas. Said chegou em casa mais cedo do que o esperado. Nunca chegava às dez horas da manhã. Sempre saía às sete horas da manhã para seu trabalho e voltava à noite. Costumava almoçar na empresa, mas naquele dia deu folga a todos os funcionários. Estava feliz e decidido a acabar com a farsa de Vanda. Estava decidido a viajar para Curitiba, não queria ter uma discussão com ela, por isso, resolveria amigavelmente. Pensou em dar a mesada que ela quisesse, desde que o deixasse em paz. Sabia que não seria fácil, então precisava de um bom advogado para garantir sua paz de espírito no futuro. Ele se casaria com Andressa o mais rápido possível. Mas enquanto esse dia não chegava, ele se perguntava: — Por que Vanda era tão carinhosa com Gabriel, seu filho? Seria peso na consciência por ter escondido esse fato de ela não poder ser mãe e passando a responsabilidade para ele? Eram tantas as perguntas na
— Talvez a gente se amasse muito, mas éramos impedidos pelas nossas fraquezas, nossos conceitos, ou até mesmo medo de gostar mais do que já gostávamos um do outro. Esse amor existia, e sempre existiu, mas nós mesmos colocávamos barreiras. Até que um dia o destino resolveu agir em nosso favor! — É, você tem toda razão, foi preciso acontecer aquilo de usarmos máscaras, e desmascarar nossos sentimentos. Parecia bobagem, mas eu me achava pequena demais para você de tanto que eu te admirava. — Eu também achava isso, pensava que nunca seria digno de você. Talvez por isso que nossa atração física era bloqueada. Mas você aceita se casar comigo? Porque agora que sei que é a mulher que amo, não quero mais perder um minuto da minha vida! — Mas você sabe que é o que eu mais quero. Apenas precisamos dar um tempo até as coisas se acalmarem, resolva seu problema com a Vanda, se separa, e aí, sim, ficamos juntos. Embora eu seja contra a separação e antes de tomar essa decisão coloque na balança se
— Porque o Fernando Henrique que você amou e ama como você mesma disse agora há pouco, era eu. — O quê? O que você quer dizer? — Perguntou ela, falando gaguejando. Andressa, ao ouvir que seu amigo revelou a identidade de Fernando Henrique, sentiu uma cratera abrindo debaixo dos seus pés. Said Moabit, o amigo que ela mais amava na vida, o homem que ela mais confiava, era seu grande amor, o verdadeiro e único que ela amaria para sempre. Naquele momento, tudo virou um filme passando pela sua cabeça. A amizade dele com seu filho e a emoção que ele sentiu quando Gabriel nasceu, o qual chorava e ninguém conseguia acalmar, senão ele. Como isso era possível? Ela vendo aquela cena desejou ardentemente que ele fosse o pai, seria um sonho ter um homem como aquele ao seu lado, lamentou muitas vezes que Vanda era uma mulher de sorte. Um amigo como esse que se preocupou tanto com ela, mais do que se fosse marido ou verdadeiro pai do seu filho. Como esquecer as lágrimas quando pegou seu
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