Capítulo 22
Paulo e Hugo preparavam o trator para a colheita do milho logo cedo, e Alexandre decidiu ir junto. Levava Maria montada com ele, sentada à frente na sela, os braços dele firmes ao redor do corpo dela para conduzir o cavalo entre as fileiras de milho.
— Olha o patrão com a gatinha dele — comentou Paulo com um sorriso maroto, enquanto ajustava o chapéu de palha na cabeça.
— Ele tá certo — respondeu Hugo, assumindo o volante do trator. — Quando a gente gosta de verdade, quer ficar junto o tempo todo.
Alexandre sorria, deixando que o cavalo seguisse um ritmo calmo. Em determinado ponto, ele segurou levemente a cintura de Maria e falou baixinho em seu ouvido:
— Fecha os olhos.
— Por quê?
— Confia em mim… só fecha.
Ela obedeceu, ainda rindo com nervosismo, e sentiu o ritmo do cavalo mudar levemente conforme passavam por uma trilha entre as árvores.
— Posso abrir?
— Ainda não.
Mais alguns metros à frente, o som da água corrente começou a se intensificar. Alexandre parou o cavalo,