Selene
Ele tentou, mas abaixou o rosto no mesmo instante.
— Para a estrada da floresta, Luna. Eu só… eu só queria…
— Viver? — completei, sem dó e sem grito — Todos aqui querem. Alguns não vendem o viver dos outros pra isso.
Damon o ergueu pelo colarinho.
— Vai ficar na cela. Depois a Luna decide.
— Não. — falei, fria — Ele vai ficar vivo. E vai assistir quando trouxermos as crianças. Vai ver o que a palavra “preço” significa.
Damon sorriu de lado.
— A noite aprova.
— E o sangue também. — Rurik cuspiu no chão, cheio de desprezo — Levo.
Eles arrastaram o traidor. Eu fiquei com Damon, sozinha por um segundo. O vento mudou. Veio o cheiro mais claro, ferro frio e fumaça doce.
— Tem mais. — ele disse, a voz ficando baixa de novo — Achamos isso na saída do túnel.
Ele me entregou um trapo. Era pequeno, engordurado. Tinha uma marca pintada a carvão, uma lua riscada por um traço. A assinatura de Kaleb quando quer provocar. No canto do pano, sangue seco.
— De quem? — quase não reconheci minha