Damian
O salão do conselho foi feito para lembrar reis de que são mortais. É uma sala baixa, de pedra antiga, iluminada por tochas curtas que deixam sombra suficiente para as dúvidas.
Na parede norte, os nomes dos que morreram defendendo estas terras, na sul, a linha da fronteira talhada a cinzel, do leste em ouro, do oeste em prata. Entre uma e outra, uma mesa de carvalho tão marcada de punhais quanto de decisões.
Levei Selene até lá na aurora, quando o dia ainda não tinha certeza de si. Ela caminhava ao meu lado com a cabeça erguida e as marcas do meu fogo escondidas sob linho claro. O cheiro dela trazia a lua com uma nota de ferro, promessa de guerra. Blazer, meu lobo, vibrou sob a pele.
— “Fique atento, rei do dia.” — ele rosnou — “Eles provarão sua palavra e a dela. E não terão fome pequena.”
— Que provem. — devolvi — Hoje não recuo.
Os anciãos já nos esperavam. Ragna, de cabelos como lã de tempestade, dedos finos e olhos de faca. Orick, pesado como uma muralha, o pescoço largo