Damon
As correntes da torre não são para prisioneiros. São para mim.
Selene não sabe disso quando entra, não bate, apenas cruza o umbral empurrada por sua própria curiosidade teimosa, e encontra o salão superior aberto, as tochas queimando azul, as paredes cobertas de runas antigas que sobem como trepadeiras de sombra. Lá fora, a lua derrama prata por entre as ameias, aqui dentro, o ar vibra como corda esticada.
— Você dorme aqui? — ela pergunta, passando a ponta dos dedos por um dos elos negros pendurados do teto. O metal canta, baixo — Pensei que a torre fosse… um castigo.
Sorrio, sem humor.
— É. E é casa. Como quase tudo que vale a pena… fere e abriga.
Ela se aproxima da mesa central, pedra escura, entalhada com um mapa do reino dividido em dois. No lado do leste, o símbolo do sol. No oeste, a lua. Entre, a linha da fronteira, grossa como cicatriz. Selene repousa a mão bem no meio, onde as marcas se cruzam.
— Você me chamou. — diz, erguendo o queixo — Vim ouvir. Fale.
Shadow, meu l