Capítulo 6
Naquele dia, Helder nunca mais voltou para casa.

Vanessa e Bruna, em silêncio, concordaram em não mencionar mais o nome dele.

O aniversário de Bruna se aproximava, e Vanessa, junto com Bruna, preparou os convites para levar à escola e entregar aos colegas.

Bruna contou animada que todos os colegas convidados haviam confirmado presença.

Dois dias antes do aniversário, Vanessa encontrou Helder e Lurdes na escola.

Mário estava entre eles, de cabeça baixa, chorando.

Helder e Lurdes tentavam consolá-lo.

Mário havia cometido um erro, e Helder, como responsável, fora chamado à escola.

Vanessa achou aquela cena irônica: Helder nunca se importara com Bruna.

No entanto, esforçava-se para desempenhar o papel de bom pai para o filho de outra pessoa.

Talvez fosse isso que chamam de "amar a casa junto com o dono".

Vanessa desviou o olhar e voltou-se para Bruna, que saía da sala de aula.

Ao passar por Helder, Bruna hesitou por um instante e cumprimentou-os:

— Tio, tia.

Helder percebeu e lançou-lhe um olhar.

— Srta. Vanessa, veio buscar a criança? — Lurdes avistou Vanessa e a cumprimentou animada.

Vanessa assentiu:

— Sim.

— Que inveja de você, sua filha tão comportada, diferente do meu filho, que só apronta. — Lurdes lamentou. — Ambos sem pai, mas como você conseguiu educar tão bem a sua filha?

Vanessa permaneceu calada, mas Bruna respondeu primeiro, olhando para Helder:

— Mas o pai dele está aqui, né? É só o pai dele cuidar direito.

Helder, constrangido, não ousou encarar Bruna.

— Querida, não diga isso, nós somos só amigos... — Lurdes ficou envergonhada.

Bruna ficou com os olhos marejados, não queria ouvir mais, então se despediu deles:

— Tio, tchau. Tia, tchau.

Bruna segurou a mão de Vanessa e foram embora.

Vanessa sentiu o olhar de Helder sobre ela, mesmo quando já estavam longe, ele ainda a observava.

Helder, esta é sua última chance.

Naquela noite, Helder voltou para casa.

Bruna estava de mau humor, e Vanessa ficou desenhando com ela. Quando ouviram o barulho da porta, ambas olharam para lá ao mesmo tempo.

— Tio.

— Você voltou.

As duas o cumprimentaram espontaneamente.

Helder assentiu friamente e entregou uma caixa de presente para Bruna.

— É para mim? — Bruna ficou surpresa, era a segunda vez que recebia um presente de Helder.

— Sim.

— Obrigada, tio.

Bruna, animada, não conseguiu esperar e abriu o presente.

Dentro, um carrinho de Lego montado.

Vanessa franziu o cenho. Ela já tinha visto aquele carrinho no Instagram de Lurdes: era um dos muitos presentes que Helder dera a Mário.

Um presente rejeitado por Mário.

— Eduque melhor sua filha, para que ela fale menos bobagens. — Helder repreendeu Vanessa. — Se não tiver nada para fazer, evite ficar perto da Lurdes.

Ele tinha voltado apenas para adverti-la.

Temia que ela dissesse algo inconveniente a Lurdes.

Vanessa sorriu friamente:

— Está bem.

— Mais alguma coisa? — Vanessa perguntou, vendo que Helder não se mexia.

Helder olhou para ela:

— Troque Bruna de escola. Qualquer uma que quiser, eu arranjo a matrícula.

O coração de Vanessa deu um salto.

Ele queria cortar o mal pela raiz?

Doía-lhe o peito. Ela olhou para Bruna, que estava de cabeça baixa, com lágrimas caindo sobre o carrinho.

— Está bem. — Vanessa sabia que recusar seria inútil.

Helder, tendo conseguido o que queria, se preparou para sair.

De repente, Bruna se levantou e correu até ele.

— Tio, depois de amanhã é meu aniversário. Você pode passar comigo? Só desta vez, só uma vez.

Bruna reuniu toda a coragem, as lágrimas ainda visíveis no rosto.

Vanessa, com o coração apertado, desviou o olhar, sem ter coragem de encarar Bruna.

Helder permaneceu em silêncio.

Bruna manteve a cabeça erguida, esperando pela resposta dele.
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