Capítulo 7
Depois de um longo tempo, ele assentiu com a cabeça.

— Está bem.

Bruna sorriu de felicidade, enxugou as lágrimas e correu até a mesa para pegar um convite e entregá-lo a Helder.

— O endereço e o horário estão aqui, tio, não se atrase, hein.

Bruna lembrou várias vezes.

Helder guardou o convite e saiu.

— Mamãe, o tio aceitou! — Bruna correu pulando até ela.

— Eu ouvi.

Bruna amava Helder, bastava ele dizer uma palavra para ela ficar feliz o dia inteiro.

Antes de dormir, Bruna pegou de volta o ursinho de pelúcia que tinha jogado fora e colocou o carrinho junto com o ursinho.

Vanessa estava profundamente preocupada: será que Helder realmente iria comparecer?

Ela preferia que Helder recusasse diretamente.

Seria melhor do que apagar, uma e outra vez, a esperança acesa de Bruna.

Helder levou o convite para Lurdes, mas Mário o viu.

Mário começou a chorar alto.

— O que foi? — Helder e Lurdes perguntaram ao mesmo tempo.

Mário segurava o convite, chorando.

— A Bruna convidou todos os colegas, menos eu.

— Não chore, Bruna não te convidou porque você deve ter feito algo com ela. Peça desculpa, e da próxima vez ela vai te convidar. — Lurdes abraçou o filho e lançou um olhar a Helder.

— Não quero, quero brincar com os colegas. Também quero dar uma festa de aniversário nesse dia, quero, quero! — Mário se jogou no colo de Lurdes, chorando quase sem ar.

— Mas você não faz aniversário nesse dia.

— Então não precisa ser aniversário, mamãe, por favor, quero brincar com os colegas.

— Mário, seja bonzinho, pare de chorar.

Lurdes não conseguiu acalmá-lo e começou a chorar também.

— Não chora, eu faço a festa para você. — Helder o pegou no colo. — Vai ser nesse dia, vamos convidar todos os colegas.

— Papai, é verdade? — Mário enxugou as lágrimas, olhando para ele, animado.

Helder assentiu e Mário logo sorriu, abraçando-o e girando de felicidade.

Vanessa e Bruna não sabiam da decisão de Helder, estavam juntas preparando as coisas para a festa de aniversário.

No dia anterior ao aniversário, Vanessa levou Bruna para fazer o desligamento da escola.

Depois de voltar para casa, Bruna ficou olhando o tempo todo para o relógio.

Esperava que o tempo passasse rápido.

Quanto mais o aniversário se aproximava, mais nervosa Vanessa ficava, temendo que Helder faltasse novamente.

Na manhã do evento, ela enviou uma mensagem para Helder:

[O aniversário começa às cinco, não se atrase.]

Desta vez, Helder respondeu rapidamente.

[Ok.]

Vanessa olhou para Bruna, que brincava com o tablet ao lado, e sentiu-se um pouco aliviada.

Se Helder realmente viesse, ela ainda precisaria tirar Bruna da escola?

Após o almoço, Vanessa levou Bruna ao hotel e começaram a enfeitar o quarto juntas.

— Mamãe, será que o tio vem mesmo? — Bruna começou a ficar preocupada, olhando pela janela de vez em quando.

Vanessa mostrou a mensagem da manhã para ela.

— Ele deve vir.

Bruna sorriu e continuou brincando com os balões.

Depois de terminar a decoração, Vanessa recebeu uma ligação de uma mãe: a criança, por compromisso de última hora, não poderia ir.

Elas conversaram um pouco, e Vanessa desligou.

Para sua surpresa, mais colegas começaram a ligar.

— Mamãe, ninguém mais vai vir? — Bruna ouviu as ligações e ficou com o rosto abatido. — Não tem problema, só quero o tio aqui. Quero passar meu aniversário só com você e o tio.

Vanessa ficou comovida com a maturidade da filha, mas não sabia como consolar.

Ela enviou outra mensagem para Helder, mas desta vez ele não respondeu.

O horário da festa passou, e nenhum colega apareceu.

Vanessa olhou o celular: Lurdes atualizara o Instagram.

Ela organizara uma festa de boas-vindas para Mário, convidando toda a turma.

Na foto, estavam as crianças e pais, com Helder bem ao centro.

[Obrigada ao papai pela festa do filho, ele ficou muito feliz.]

A mão de Vanessa tremeu e o celular caiu no chão.

Ele sabia que hoje era o aniversário da Bruna...

Bruna pegou o celular, olhando fixamente para a foto.

Desta vez, ela não chorou.

— Mamãe, vamos comer. — Bruna colocou o celular na mesa e puxou o bolo para perto de si. — Mamãe, acende as velas para mim.

O coração de Vanessa doía como se faltasse ar.

Ela acendeu as velas e apagou a luz.

— Espero que o tio seja sempre feliz, e que eu e a mamãe fiquemos sempre juntas.

Ouvindo o desejo de Bruna, Vanessa não conseguiu mais segurar, e as lágrimas escorreram.

Assim que as velas se apagaram, ela rapidamente enxugou as lágrimas e sorriu para Bruna.

— Vamos comer.

— Mamãe, daqui pra frente só quero passar o aniversário com você. Depois do jantar, vamos embora.

Bruna comeu um pedaço do bolo e, dessa vez, não aguentou: chorou alto.

Vanessa a abraçou.

— Bruna, não chore mais, mamãe vai cuidar muito bem de você daqui pra frente.

As chances de Helder se esgotaram.

Ela e Bruna não sentiam mais apego.

Naquela noite, Vanessa e Bruna arrumaram as malas e deixaram a casa.

Compraram a passagem no primeiro voo para o País A.

Antes do embarque, Vanessa enviou uma mensagem para Helder.

[Helder Lopes, desejo que você seja feliz pelo resto da vida.]

Desligou o celular, segurou a mão de Bruna e embarcou no avião.

A partir daquele momento, eles não tinham mais relação alguma.
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