Matheus Alves me deixou no altar três vezes… tudo por causa da sua eterna paixão. Na primeira, Júlia Barbosa ameaçou se jogar do prédio; Na segunda, disse que ia embora do país; Na terceira, mandou uma mensagem dizendo que aceitara o casamento arranjado pela família. Matheus, sempre tão calmo e contido, se desesperou. Deixou os convidados e, mais uma vez, me transformou em piada. Liguei para ele: — Matheus, se você não voltar hoje, eu vou me casar com outra pessoa! Ele riu. — A Júlia ainda é nova, tudo bem. Mas você, com essa idade, ainda brincando disso? Apertei o telefone com força. Então ele sabia... ele sabia que era mais uma encenação da Júlia. Mesmo assim, escolheu se deixar levar. Naquele instante, eu finalmente desisti. Depois que conseguiu acalmar sua princesinha, ele enfim lembrou de mim. — Escolhe um dia pra gente remarcar o casamento. Fica tranquila, dessa vez vai ser ainda mais luxuoso que da última. O homem ao meu lado interrompeu com um sorriso: — Dá licença, por favor. Preciso levar minha esposa para embarcar.
Ler maisFiquei paralisada com essa reviravolta. Instintivamente, olhei para Matheus.Mas o homem sempre calmo e calculista... agora tinha pânico nos olhos. Tentou manter a pose, forçando a voz a soar firme:— Que bobagem é essa? Quem salvou ela fui eu! A Rafa e a avó dela foram internadas no hospital da minha família!Thiago o encarou de cima a baixo. De repente, como se encaixasse uma peça faltando, soltou uma risadinha fria.— Naquela noite de chuva, fui eu quem resgatou a Rafaela e a avó dela. Mas eu não sabia pra onde levá-las...— Acontece que o hospital mais bem equipado por perto era o da sua família. Então levei as duas pra lá e pedi pra você liberar um quarto.— E você teve a audácia de se passar por salvador! Usou essa falsa dívida de gratidão pra prender a Rafa ao seu lado por anos!Cada frase de Thiago era como um golpe certeiro — e a cor foi sumindo do rosto de Matheus, centímetro por centímetro.Ele tentou se justificar, já sem forças:— Mas o hospital era da minha família... ent
Reencontrei Matheus na porta do hospital, justo quando eu tinha acabado de entregar a comida da vovó.Ao ver aquela silhueta familiar, minha primeira reação foi virar as costas e sair andando.Mas ele já tinha me visto — e correu atrás sem pensar duas vezes.Ele parecia outro homem. Nos últimos meses, aparentemente não descansou direito — o rosto abatido, os olhos fundos, havia anos que eu não o via assim.— Rafa, você faz ideia de quanto tempo eu passei te procurando?Ele me segurou pelo pulso, os dentes cerrados de raiva.— O Thiago é bom mesmo em esconder as coisas. Te escondeu tão bem que eu achei que nunca mais fosse te ver na vida!Suspirei. Senti uma dorzinha de cabeça se formando.— Matheus… entre a gente, não tem mais o que ser dito.Mas ele insistiu, irritado:— Como assim, não tem? Você me deve uma explicação! Por que você está com o Thiago? Por que me traiu? Eu não fui bom o bastante pra você?Aquilo me deu vontade de rir. Sério.“Bom” o bastante?Tudo que ele me fez nesses
Fechei os olhos, deixando que as lembranças se desenrolassem, uma a uma, na minha mente. De repente, senti um calor suave sobre o corpo.Quando abri os olhos, vi Thiago cobrindo-me com uma manta leve.Ao notar meu olhar, ele pareceu um pouco desconcertado, e puxou discretamente o cobertor até os meus ombros.— Dorme um pouco. Quando chegarmos, eu te chamo.Apertei a manta contra o peito, com o coração tomado por sentimentos confusos.Até hoje, eu ainda não entendia por que, naquela hora, Thiago se ofereceu para se casar comigo.Dizem que ele e Matheus eram amigos de infância, com mais de dez anos de convivência — a ligação entre eles era, sem dúvida, muito mais forte do que qualquer coisa que tivesse comigo.Quando Matheus apareceu no aeroporto, eu já estava desesperada. Achei que Thiago, no fim, fosse me entregar.Mas ele não só não me entregou — ele rompeu com todos aqueles manos por minha causa.Por quê? O que ele viu em mim?Minha cabeça virou um nó. Eu não tinha resposta. O que al
Enquanto ainda falávamos, Júlia apareceu.Ao ver Matheus me encarar daquele jeito, os olhos dela brilharam com uma ponta de ciúme.Ela se agarrou ao braço dele com um ar manhoso, tentando usar as velhas artimanhas de sempre.— Matheus, se ela quer ir embora, deixa! Você mesmo vive dizendo que não gosta dela. Menos uma pra te atrapalhar!Enquanto falava, um sorriso tímido surgiu em seu rosto. Ela virou o pescoço de propósito, revelando a marca vermelha no pescoço bem diante de mim.— Eu já sou sua, por que você ainda insiste em não olhar pra mim? Na verdade, todos esses anos, quem sempre quis se casar com você... fui eu...Mas antes que ela terminasse a frase, Matheus já havia tirado a mão dela com força, como se queimasse.— Júlia, não fala assim. Eu sempre te vi como uma irmã, só isso.O rosto dela empalideceu, visivelmente constrangida diante de todos.— Matheus, como assim...? A gente já...Ele nem olhou pra ela. Interrompeu, seco:— Eu disse que o que aconteceu hoje foi um acidente
Ao ver Thiago, o rosto de Matheus ficou imediatamente sombrio.— Foi você que incentivou ela a fugir?Com a raiva de alguém traído, ele rosnou entre os dentes:— Thiago, eu sempre te considerei um amigo, e você tenta me passar a perna?Ele lançou um olhar para mim e para a minha avó atrás de mim, entendeu tudo num piscar de olhos e soltou uma risada debochada.— Eu sabia... você é mesmo uma vadiazinha qualquer, pronta pra se deitar com quem aparecer! O que foi que o Thiago te deu, hein? Te prometeu o quê pra você jogar fora o seu patrocinador de ouro?As palavras dele se tornavam cada vez mais baixas, e a fúria transbordava sem controle.Soltei sua mão com força e respondi com frieza:— Já que você veio até aqui, eu te dou esse término que devia ter vindo antes. De agora em diante, somos estranhos. Minha vida não tem mais nada a ver com a sua.Me virei e, sem hesitar, segurei a mão de Thiago diante dele.— No dia em que você fugiu do casamento, eu fui até o cartório com o Thiago. Agora
Correndo contra o tempo, finalmente cheguei ao hospital da Família Alves.Assim que estacionei, vi uma cadeira de rodas velha abandonada do lado de fora — e nela, sentada, estava minha avó!No meio do inverno, vestindo apenas o pijama de hospital, eu não sabia há quanto tempo ela estava ali fora. Seu rosto estava pálido de frio, os olhos cerrados com força.Cambaleando, corri até ela. Meus dedos tentavam, em vão, aquecer suas mãos geladas, enquanto as lágrimas desciam sem controle. Gritei, desesperada:— Vovó, olha pra mim! A sua neta veio buscar você! Abre os olhos, vamos pra casa!Implorei à enfermeira na entrada:— Por favor, deixa ela entrar primeiro, só por um momento! Eu já estou providenciando a transferência, mas salva ela antes, por favor!A enfermeira hesitou.— Senhora Almeida, este é um hospital particular da família Alves. Nós realmente... não podemos fazer nada.Com as mãos tremendo, peguei o celular e tentei ligar para Matheus.Liguei várias vezes. Ninguém atendeu.Quand
Último capítulo