Amelie
O sabor suave da batata refogada na manteiga aromatizada arrancou-me um leve suspiro, decerto a cozinheira tinha mãos habilidosas, um talento que seria melhor aproveitado em grandes banquetes.
No entanto, o silêncio mórbido tirava-me todo o prazer ao degustar o jantar. As velas abundantes no centro da mesa e em alguns pontos do cômodo faziam-me enxergar até os mínimos detalhes da refeição, inclusive, a expressão mais fechada de Albert, e eu sabia bem o motivo.
— Avise-me quando os dias de suas regras terminarem — disse ele em tom seco.
— Certo. — Parei o garfo no meio do caminho e o retornei para o prato. — Eu gostaria de lhe fazer um pedido, Albert.
— Faça.
— Bem… — Hesitei por um momento, tinha medo da sua recusa. — Eu gostaria de ir à missa ou apenas visitar a igreja em um dia possível.
— Não é suficiente fazer suas orações em casa?
— Não, sinto-me em falta com Deus por não ir em sua casa.
Albert limpou os lábios com o guardanapo e o colocou ao lado do prato. Ele fitou-me l