“Amigos são irmãos que a vida nos dá de presente.”
O final da tarde trouxe um silêncio acolhedor à casa de Helena. Depois de despedirem-se, restaram apenas Helena e Lívia. O sol que se punha lançava feixes de luz alaranjados no quarto.
Lívia estava esparramada na cama, de barriga para cima, com um pote de pipoca apoiado sobre o abdômen. Jogava alguns grãos para o alto sem muita precisão, só para matraquear os nervos. Do outro lado da cama, Helena, recém-saída do banho, sentava-se com as pernas cruzadas. Vestia um vestido branco de algodão leve, de alcinhas finas e botões de madrepérola na frente. O tecido marcava de leve as curvas e deixava os ombros úmidos à mostra. Enquanto desembaraçava os cabelos ainda molhados com os dedos, evitava deliberadamente encarar a amiga.
— Para de me enrolar — resmungou Lívia, jogando duas pipocas em direção a Helena. — Desembucha logo!
— Eu não sei do que você está falando… — respondeu Helena, tentando manter a serenidade.
— Não se faça de sonsa! — Lív