“Há momentos que parecem um erro de pincel, mas acabam se tornando o traço mais bonito da tela.”
Helena mal conseguia respirar.
O coração batia com força contra as costelas, o mundo girava devagar, como se ela ainda estivesse presa no instante anterior ao impacto.
Ele estava ali — sob ela — os braços ainda a envolvendo com força, resistindo a soltá-la.
Por um instante, nada fazia sentido.
Aquele homem com o peito ofegante parecia ter surgido do nada, moldado pelo próprio destino para salvá-la.
Ela o observou.
Os cabelos desalinhados, o rosto sério, e aqueles olhos — estavam tão próximos que ela conseguia enxergar a cor levemente mais clara em torno da iris cor de mel — intensos e calmos ao mesmo tempo.
Percebeu que o encarava por tempo demais, mas não conseguiu desviar o olhar.
O tempo parecia se dobrar entre eles.
— Você... — tentou dizer algo, mas a voz falhou. Havia um tremor nela, o som de quem quase se despede da vida, mas é trazido de volta por um milagre.
A mão dele, ainda