Helena se levantou, esticando o corpo dolorido. O cansaço que não a visitara enquanto pintava finalmente se fez presente.
Olhou para seu companheiro, o relógio antigo que pendurou na parede da nova sala: quase seis horas da manhã.
Arrastou-se até o quarto e se jogou na cama.
Os lençóis enviados por seus pais a envolveram como um abraço silencioso, e, entregando-se ao sono, murmurou para si mesma: “Um dia… só falta um dia.”
Dormiu por quase cinco horas — tempo suficiente para que a tinta do quadro secasse ao toque, e também para que a mente repousasse, aquietando-se um pouco.
Ao acordar, escolheu um vestido entre os que havia pendurado no guarda-roupa. O tecido macio deslizou pela pele, moldando-se ao seu corpo com a naturalidade de algo feito para ela.
As alcinhas finas se amarraram sobre os ombros num gesto distraído, e os botões, um a um, pareciam selar o começo de um dia simples, mas bonito.
A cor quente de telha — entre cobre e outono — realçava a suavidade de sua pele e contra