Um nome conhecido em todas as rodas de arte e colecionismo, galerista e mecenas de renome, Santiago Villar era um homem cuja presença sempre impunha respeito.
Helena não era uma estranha para ele.
Bons anos antes, quando ainda estudavam na mesma escola, Santiago já havia notado aquela jovem de olhar atento e mãos que pareciam compreender o mundo através das cores.
Ela era alguns anos mais nova, mas havia nela uma força criativa rara, dessas que iluminam mesmo os trabalhos mais simples.
E, embora tivesse vontade de se aproximar, conteve-se: havia em Helena uma reserva serena, uma muralha discreta que ele jamais ousou ultrapassar.
O tempo passou, e a vida o levou para longe — para a frente das Galerias Villar, um império de arte e talento que herdara da família.
Ainda assim, Helena nunca lhe saiu da memória.
Acompanhou de longe seus passos, o sucesso do Studio Cassiani, e, principalmente, o homem com quem ela se casara: Cássio Amaral.
Santiago o conhecia bem — desde os tempos de juventu