Lá fora, o ar noturno trouxe o cheiro da breve chuva que caíra.
As luzes da rua refletiam nas poças da calçada como pequenas manchas de tinta espalhadas em um quadro inacabado.
Santiago tirou o casaco, colocou sobre seus ombros e abriu a porta do carro para ela.
— Eu agradeço por ter me ajudado lá dentro, mas não precisa me levar ao hospital. Posso ir sozinha — disse ela, tentando afastar o rubor que os gestos dele lhe causavam.
— Que tipo de homem eu seria se deixasse você aqui, sozinha e ferida? — respondeu Santiago, sua voz calma, mas carregada de firmeza. Afinal, passara anos sem vê-la e agora que o destino o havia presenteado com esse reencontro, não perderia a oportunidade de se aproximar dela.
Sem jeito para recusar, Helena entrou no carro. O trajeto foi feito em um silêncio confortável, quase natural, como se aquela fosse a situação mais certa do mundo.
No quarto de atendimento, Santiago permaneceu ao lado dela, paciente. A enfermeira, a mesma que a atendera da última vez, arq