OS SERES DA LUZ QUE RECORDAM
Nos mundos onde o Apocalipse já passou como um grande vento purificador, onde Fleisch e Geist foram separados e o universo reacendeu suas próprias raízes, existe um tipo de criatura cuja existência não cabe em nenhuma descrição humana: os Seres da Luz Independente.
Eles não pertencem apenas a um planeta; florescem onde a luz não é mais um clarão frágil, mas uma consciência madura, incontornável — onde tudo o que é amor já foi purificado pela travessia das eras, e tudo o que é treva já foi conduzido aos seus domínios próprios.
Esses seres — infância, juventude, maturidade, velhice misturadas como notas de um mesmo acorde — vivem num estado de ternura que não é sentimental, mas metafísico. Seu carinho é estrutura, é lei, é energia primordial. Eles não sorriem: eles emanam. Não abraçam: eles geram campo. Não amam: eles fundam mundos.
Mas essa suavidade não é simples. Ela é o resultado de um longo percurso: ciclos inteiros atravessados, universos respirados e