Uma aliança selada pelo destino, um amor que desafia os deuses. Hórus, um descendente da antiga linhagem Amonhhat, é mais do que um simples herdeiro. Ele carrega o peso de uma missão milenar e o fardo de um coração endurecido. Ao ser forçado a apresentar sua esposa, Olívia, à sua poderosa família, ele desencadeia uma cadeia de eventos que abalam os pilares da realidade. Olívia, uma jovem marcada por traumas e ressentimentos, é arrastada para um mundo que desconhecia. Atrás da fachada de uma família tradicional, esconde-se um segredo ancestral: os Amonhhat são descendentes diretos dos deuses egípcios, e Olívia, sem saber, é a chave para um antiga profecia. Os fios da existência são alterados. A mulher simplória não imagina que é um receptáculo de Hathor, a deusa do amor e da beleza, e somente na presença de sua outra metade, Hórus ; seus poderes divinos despertam. Olívia, está confusa e fascinada pela intensidade da conexão e desejo imperativo que sente por Hórus. Mas também defende sua própria vontade em decidir por si mesma a quem deve amar. Ela não tem ideia da força que habita dentro de si e dos perigos que a cercam. À medida que os poderes de Hathor se manifestam, ela acessa as memórias de inúmeras existências, todas ao lado de Hórus. Ela compreende que nem todo laço de amor é uma benção, e que pode quebrar esse ciclo fazendo uma nova escolha seguindo seu coração. Em uma Nova York contemporânea, a antiga promessa entre deuses e homens se manifesta. A medida que a linha entre o divino e o humano se torna cada vez mais tênue, forças obscuras se levantam para desafiar o equilíbrio do presente e futuro.
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O relógio marcava quatro da tarde quando Hórus, em meio a uma chuva torrencial, percorria as caóticas ruas de Nova York. Sentia que precisava de uma dose de vodka para acalmar o ânimo, agridoce reflexo de uma decisão tomada quatro anos atrás, por influência de seu irmão. Maldição! Ele já havia pego o celular inúmeras vezes para ligar para o pai, a fim de romper com a farsa que havia criado. No entanto, toda vez o guardava, praguejando em voz alta. Desistir agora significaria perder a estabilidade de sua família, um vínculo que ele valorizava acima de tudo, e a presidência da empresa; além de que a imagem daqueles olhos frágeis sempre lhe vinham a mente quando pensava em romper o contrato. Esse segundo, nunca fora sua ambição, mas uma imposição paterna após anos de preparação para sucedê-lo. Apesar de ser CEO da Nefertari, Hórus se irritava com a constante insistência de seus pais em conhecer a mulher com quem se casara secretamente quatro anos atrás, mesmo com as fotos que tiraram no dia da assinatura do casamento, com todo um ambiente montado para isso, eles insistiam em conhecer a mulher que ele escolheu para ser sua esposa. Não achou importante ver aquelas fotos, sabia que sua atuação era perfeita, e o rosto frágil e delicado de Olívia fazia ele parecer um príncipe a proteger sua amada. Que piegas. As mulheres eram sempre iguais a qualquer parte, primeiro a inocência, como sua esposa contratada, depois, a dissimulação, e por último a traição. Seria uma ofensa à inteligência de seus pais imaginar que eles não desconfiasse dessa farsa, pois nunca haviam tido a oportunidade de conhecer a nora que tanto haviam pressionado a ser apresentada. Não se arrependeu da escolha, pois na época era o que sua mãe precisava para deixa-lo em paz, mesmo que tenha sido um capricho dela. Ela mesma acreditava que ele nunca se casaria e nunca conheceria o amor, se não fosse pelos seus dotes de casamenteira. A assertividade de sua convicção estava mais que evidente, só de se imaginar amarrado a um matrimônio ou um relacionamento sério com quem quer que fosse, era o suficiente para lhe causar desgosto e inquietação e até mesmo repulsa. Celine, sua mãe, era espirituosa, chegou a fazer piadas com o fato de pressionar o filho mais velho com um casamento. Realmente ela era uma mulher peculiar e inspiradora em vários sentidos, principalmente a persistência. Lembrava-se de fazer de tudo para a dissuadir dessa ideia maluca, mas foi inútil. Arriscou uma namorada falsa e um noivado, foi descoberto assim que deixou Celina O’ Hare Amonhhat a sós com a pobre moça. A mãe irritada de palavras duras era difícil de digerir, ela chegou a parar de falar com ele por meses, como uma espécie de castigo. O pai o culpou pela decepção e tristeza de sua mãe e passou a regrar todos os seus passos nos negócios, como se ele fosse um estagiário iniciante. Era óbvio a mensagem que queriam passar; não era capaz de gerir sua vida privada, também não seria no âmbito profissional. De nada adiantou tentar convence-los de que a vida badalada que levava socialmente, com várias beldades ao seu lado, nada mais era que uma fachada para a imagem que precisava representar. No fim, estava quase se rendendo ao fiasco de um casamento por conveniência com Victória, uma linda modelo com quem mantinha um relacionamento casual e descompromissado O trânsito finalmente começou a se mover, o motorista conduziu o carro em direção ao aeroporto, onde o jatinho com o logo da Nefertari o aguardava. Feliz ou infelizmente acabou sendo salvo desse problema pela ideia de seu irmão do meio, Anúbis, que no exato momento, lhe enviava a localização atualizada da mulher com quem havia se casado. Aparentemente, ela havia se mudado de Nova York para Seattle a cerca de três anos. O acordo de casamento lhe garantia uma casa confortável e um bônus anual que decidiu dar a ela depois de vê-la no dia do casamento. Estranhamente, ela nunca sacava esse bônus. O endereço anterior ficava no Queens, o atual, na periferia da cidade e isso já o intrigou. Fora bem generoso, sua esposa premiada poderia viver confortavelmente em uma ótimo apartamento em Manhattan ou no subúrbio se quisesse, além de que garantia uma vida tranquila, na qual poderia se abster de qualquer trabalho. Anúbis foi o responsável por encontrar uma mulher com suas exigências que aceitasse aquele contrato. Elas não eram muitas, precisava de uma mulher discreta, com algum tipo de profissão que justificasse o seu afastamento, e que se abastece de uma vida escandalosa e imoral. E ele o fez rapidamente, segundo ele era uma moça humilde que nunca causaria problemas ou escândalos, nunca foi casada, era formada em medicina e colocava o trabalho em primeiro lugar. Confiou plenamente na decisão de seu irmão como sempre fizera, ele era o seu braço direito na empresa e em seus assuntos pessoais, ele sabia que nunca poderia se casar de verdade ou assumir um relacionamento concreto com alguém. Hórus desceu do carro com sua atitude decida de sempre. O motorista abriu a porta, e se dirigiu ao jato que o aguardava com sua tripulação. Foi acompanhado pelo motorista que costumava viajar com ele e assim que se acomodou, pediu uma bebida e fechou os olhos para descansa-los. Estava exausto a semanas, muitos projetos estavam em pleno desenvolvimento, e agora esse evento grandioso da empresa para lhe tirar o pouco tempo de descanso que sobrava. Esse fim de semana planejava adiantar os contratos novos de investidores de Barcelona, mas invés disso estava voando para Seattle, primeiramente porque sua equipe não conseguiu contatar a sua esposa de mentirinha, segundo porque seus pais lhe deram um ultimato para conhece-la. Não funcionava mais dizer a eles que ela ainda estava em missão com os médicos sem fronteiras em algum lugar precário e inóspito do Sudão Meridional. Massageando as têmporas ingeriu a bebida de uma vez, a comissária de bordo sorriu sugestivamente, não gostava de como ela se insinuava durante viagens, fez uma anotação mental sobre o assunto para providências futuras. Estava cansado demais para pedir a demissão de alguém nesse momento. Fechou os olhos novamente a ignorando, geralmente iria trabalhando durante o voo, mas realmente, os últimos dias exauriram toda sua energia, agora só queria buscar sua esposa contratada, para que ela representasse o seu papel por alguns dias e depois a despacharia de volta, e sua vida seguiria normalmente.Seth e Olívia nunca voltaram para Nova York. O arquipélago cubano, onde desafiaram a morte e trouxeram ao mundo seu primogênito, tornou-se o lar definitivo da família. Entre o mar azul profundo e o calor do sol dos trôpegos, construíram uma nova vida, repleta de amor e propósito.O amor entre eles cresceu e floresceu. Olívia foi sarada pelo cuidado de Seth, seu coração pertencia inteiramente a ele, porque nos seus braços era o seu único lugar.Aaron cresceu demonstrando habilidades inexplicáveis. Desde que começou a falar, ele vivia tecendo fios dourados onde vidas fluíam brilhantes, ligando pessoas que, à primeira vista, não tinham absolutamente nada a ver umas com as outras. Seus dons eram misteriosos, suas ações guiadas por uma intuição que nem mesmo Seth ou Olívia conseguiam compreender completamente.O tempo passou e a família cresceu. Olívia deu à luz Arya, uma linda menina de cachos dourados, com os olhos azuis celeste brilhantes e uma energia poderosa, herdada diretamente do
A tempestade continuava a rugir ao redor de Seth e Amith, trovões iluminando o céu sombrio enquanto a deusa da destruição liberava todo o poder negro da ira dos devorados. Sombras amorfas se ergueram do solo encharcado, envolvendo Seth em correntes espectrais, apertando-o com força esmagadora. Ele lutou, sua energia vibrando em resistência dividida entre a batalha e a força que emprestava a Olívia em trabalho de parto. As amarras eram como tentáculos imortais, sugando sua vitalidade, sentia sua essência sendo tragada por aquele enxame de seres malignos.Amith sorriu cruelmente, seus olhos brilhando com triunfo.-Veja, deus do Caos, até mesmo você tem limites. Nada pode me deter agora que tenho o mundo inteiro para devorar. Você caiu, como todos antes de você. Aquela humana atrapalhou os meus planos, ela vai pagar por me atrasar.Seth rangeu os dentes, sua fúria tentando encontrar uma saída. O peso das sombras o sufocava, a escuridão se infiltrava em sua essência divina. Seria esse se
SethNão se passou nem uma semana depois daquela noticia, e o grande dia chegou, o dia em que seu filho viria ao mundo. A tempestade rugia lá fora, trovões sacudindo os alicerces da casa enquanto a chuva castigava o telhado com força impiedosa. Olívia começou a ter contrações no meio da tarde, o tempo ainda estava limpo sem nenhum sinal de mudança na sua forma pacífica. Mas quando a noite caiu, tudo desabou. As dores dela pioraram, e eles decidiram ir para o hospital.Mas o tempo inclemente não permitiu, o vento estava tão forte que arvores eram arremessadas, a arrebentação avançou até a varanda da casa, fazendo tudo estremecer a cada golpe.Dentro do banheiro aquecido, o vapor subia da água morna na banheira onde Olívia se segurava nas bordas, o rosto contorcido em dor e concentração. Seu corpo tremia, não de frio, mas da força esmagadora das contrações que a levavam cada vez mais perto do momento inevitável.Seth estava ao seu lado, os olhos carregados de emoção. Ele segurava sua m
OlíviaO tempo passou rápido. Mesmo vivendo tão isolados do mundo, Olívia tinha a sensação de que os dias estavam cada vez mais curtos. Seth comentou que tinha percebido magia, mas não sabia dizer de onde vinha e não para que estava sendo usada.O abraço dele circundou sua barriga redonda. Um beijo carinhoso no pescoço, e outro no rosto. Sorriu se encostando nele. Estava olhando para o mar a alguns minutos enquanto a noite caia, olhar para o vai e vem das ondas acalmava o bebe, que agora chutava sem parar.- Precisamos escolher o nome dele. – Seth disse acariciando a barriga de quase nove meses dela. – Acho que não vai demorar para ele nascer, o tempo tem estado instável.- O que o tempo tem a ver com o nascimento do nosso filho? – perguntou curiosa. - Quando um ser poderoso como um deus nasce, uma fenda se abre entre esse mundo e o espiritual, para receber os antepassados que homenageam o seu novo sucessor. – ele gira o corpo dela de frente. – E você vai dar a luz a um ser muito ma
SethVários dias se passaram desde que eles descobriram a gravidez de Liv. As suspeitas foram confirmadas pelo obstetra de Santa Maria, um velhote assanhado que ficou elogiando sua mulher do momento em que ela entrou na sala, até que ela saiu.Ela se divertiu muito provocando Seth ao saírem do hospital. Naquele dia almoçaram na cidade, visitando lojas de artigos de bebe. Viu um brilho diferente aparecer no rosto dela, era como se a esperança tivesse um rosto. Logo depois da feliz noticia, teve que ir a Nova York, as coisas estavam terríveis por lá. Anubis estava exausto tentando manter os portais para o Duat em equilíbrio, mas com tantos mortos sem almas para levar, os condenados a escuridão teimavam em atravessar para o mundo dos vivos.Osiris e Isis estavam tentando conter os desastres naturais enquanto caçavam Amith. Mas nas duas batalhas que tiveram, ela saiu vencedora. Fortalecida pelo consumo descontrolado de humanos, ela estava cada vez mais insaciável.Hórus foi abandonado em
SethHá duas noites Destino soprou em seus ouvidos que alguém especial visitaria seus sonhos. Assim que adormeceu viu seu filho, o garotinho alegre e falante era muito poderoso. Seth sentiu que seus próprios poderes não eram nada perto do que emanava daquela criança. Inicialmente não entendeu porque estava vendo um futuro tão distante, mas então começou a considerar uma possibilidade. Olhando para Olivia estupefata com as mãos no ventre, ele finalmente entendeu que o poder desse ser era tão grande que ele conseguia projetar o seu futuro através dos sonhos de seus pais. - Vi nosso filho da mesma forma que você. Não está enlouquecendo. Seth puxou Olivia para os seus braços. Emocionada, ela afundou o rosto no peito dele, fungando entre lagrimas. - Isso está mesmo acontecendo? ... – ela murmurou. – Eu pensei que não poderia mais gerar...eles.. eles...- Eu sei. – Seth afirmou, abraçando seu corpo tremulo. A preocupação de Olívia se dava por causa da monstruosidade das ações de
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