A CIDADE DOS CABELOS LONGOS
Naquela cidade alemã envolta por névoa, onde as torres industriais pareciam túmulos verticais, começou a circular a lenda do Bruxo do Quintal.
Diziam que ele aparecia à noite, sentado numa pedra grande, imóvel, coberto por uma túnica negra e um turbante que escondia o rosto.
Quem passasse pela estrada de terra jurava ver sua silhueta contrastando com o céu cinza — uma forma humana que parecia não respirar. Willy.
Nascido às vinte e duas horas, nome escolhido pela mãe mística para honrar “aquele que nasce na noite”.
E realmente, desde pequeno, parecia mais confortável na escuridão que na luz.
O neonazismo para ele não era ideologia política — era um amontoado de crenças, lendas, delírios místicos e restos de ocultismo barato arrancados de livros empoeirados.
Willy misturava tudo: Vril, sociedades subterrâneas, magia sexual, sadomasoquismo medieval, ritualística pagã e as promessas torcidas de poder.
O que o movia, porém, era mais simples:
sexo fácil, domí