Ela…
Cinco dias haviam se passado desde o pesadelo da caixa, desde o momento em que a visão da boneca degolada, encharcada de um vermelho viscoso que parecia sangue, fez o chão sumir sob meus pés.
Cinco dias desde que Klaus me carregou para seu apartamento, seu braço firme ao meu redor, como se pudesse impedir que eu desmoronasse.
Ele foi minha âncora, sua presença silenciosa e constante me ajudando a respirar novamente, a reunir os pedaços de mim que aquela ameaça havia espalhado.
Agora, de volta ao meu próprio apartamento, o silêncio parecia ao mesmo tempo reconfortante e opressivo, como se as paredes ainda guardassem o eco do meu grito.
Eu precisava retomar minha vida, minha rotina, mesmo que cada passo parecesse uma batalha contra o medo que ainda espreitava nos cantos da minha mente.
Era uma manhã de segunda-feira, o sol filtrando-se pelas cortinas finas, tingindo o chão de madeira com listras