Ela…
Klaus e eu estávamos na sala, naquela quietude gostosa que só a paz do cotidiano consegue oferecer.
O som da cidade mal chegava até o apartamento, e tudo o que importava era o calor do corpo dele sob minha pele.
Eu estava deitada em seu colo, com as pernas esticadas sobre o sofá, os olhos semicerrados, deixando a ponta dos dedos brincarem com a barra da camisa que ele usava.
Ele fazia carinho nos meus cabelos, devagar, com aquela calma rara dele, como se o mundo lá fora tivesse desaparecido por um tempo — e talvez tivesse mesmo.
Nossos dias andavam surpreendentemente tranquilos.
E isso, vindo de nós, era quase um milagre.
— Sabe, eu nunca pensei que ser assim com você seria tão... leve — murmurou ele, num tom preguiçoso.
— Assim como? — perguntei, virando o rosto para encará-lo de baixo.
— Assim... quieto. Sem explosões, sem crises, sem portas batendo ou você me ameaçando com alguma coisa pontiaguda.
— Acha que estou perdendo minh