Ele…
Eu não a perdi de uma vez. Hayla não se foi como quem bate à porta e desaparece.
Não.
Ela foi escorregando entre meus dedos, como areia fina demais para ser contida.
Eu a vi indo embora em silêncios, em olhares esquivos, em sorrisos que se apagavam antes mesmo de se formarem.
E eu deixei.
Deixei por orgulho.
Deixei por burrice.
Por medo.
Essa é a verdade.
Agora, sentado sozinho em minha sala no hospital, com um copo de uísque pela metade e a luz baixa cortando sombras pela parede, tudo o que me resta são memórias.
E a maldita sensação de que eu poderia ter feito diferente.
Poderia ter sido mais homem.
Mais claro.
Mais verdadeiro.
Eu sou um estrategista nato.
Sei como lidar com contratos, com cifras, com acionistas gananciosos e adversários traiçoeiros.
Sei vencer guerras silenciosas nos bastidores de uma mesa de reunião.
Mas não soube segurar a mulher que me ensinou a amar de novo.