Autora…
O galpão estava mais frio agora.
Não pela temperatura.
Mas pela presença do mal em sua forma mais cruel.
Clara caminhava em círculos como uma coreógrafa diante do palco final.
Seus olhos brilhavam com uma emoção doentia, e sua boca curvava-se em sorrisos que não chegavam aos olhos.
Ela era um animal à espreita.
Paciente.
Precisa.
E absolutamente insana.
Hayla estava amarrada, os pulsos feridos pela fita plástica que apertava cada vez mais conforme ela se debatia.
Mas agora...
Agora ela não se debatia mais.
Ela chorava.
Silenciosamente.
Como se o corpo já estivesse rendido e a alma apenas aguardasse o último golpe.
Clara se aproximou com passos lentos, saboreando o som de seus passos ecoando no concreto.
Parou a poucos centímetros de Hayla e se inclinou levemente, analisando cada detalhe de sua “obra”.
A maquiagem borrada.
Os olhos vermelhos.
O queixo tremendo.
— Perfeita — sussurr