Ela…
Eu nunca havia sentido o tempo tão cruel como agora.
Cada segundo parecia zombar da minha vulnerabilidade.
Cada respiração era um lembrete de que eu ainda estava viva… para sofrer.
Meus pulsos ardiam presos àquelas fitas imundas.
Meus olhos doíam, inchados de tanto chorar.
Mas não era a dor física que mais me corroía.
Era a dor da alma.
Do abandono.
Da traição.
Da verdade distorcida.
E à minha frente, Clara.
Ou o que restava da mulher que um dia servia café com sorriso doce nos corredores da minha empresa.
Agora, ela sorria como quem saboreia a queda do próprio algoz.
Mas eu não era o algoz.
Eu era o alvo, eu era a vítima. E, ainda assim, ela me via como a culpada.
— Sabe o que é mais irônico nisso tudo, Hayla? — ela disse, caminhando lentamente à minha volta, com aquele olhar sereno de quem acha graça do sofrimento alheio.
— Você, aí, nesse estado deplorável... ainda carrega o nome que eu deveria ter. O nome que foi negado a mim como se eu fosse um erro genétic