Até onde podemos ir por amor? Até onde poderemos ficar presos por amor? O que pode nós impedir de amar? Qual o seu limite? Para Alana a traição foi o ponto final para lutar por um póssivel amor, deixando nela que sempre foi amorosa, uma magoa muito grande, tendo seu limite a confiança. Deixando tudo para traz, abandonando ou se libertando de um mundo que para muitos era perfeito, mas que para ela pediu um preço muito alto. Para Maximillian os seus limites vieram com uma cadeira de rodas, que chegou depois de um misterioso acidente. Com a cadeira as distâncias ficaram maiores, ou as pessoas se afastaram, ou ele fez com que se afastassem. Abandonado ou abandonou. Preso não apenas na cadeira, mas em tudo que ela trouxe junto. Alana quer um recomeço, mas tem medo, senti que como mulher e limitada, inferior. Maximillian não acredita em nada e ninguém, além de seus avós e assistente. Será que eles irão se encontrar e desafiar os próprios limites? Venha conhecer a história de Alana e Maximillian, e juntos decifrar qual o limite para uma boa leitura.
Ler maisAcordei cansada naquele dia. A noite de balada havia me esgotado fisicamente. Eu poderia brincar de rica e ficar o dia todo na cama, fazendo pose e postando nas redes sociais. Mas eu não tinha dinheiro, tinha poucos seguidores e no fundo ninguém se importava com minha vida na internet, salvo um garoto ou outro que me mandava um emoji ou me convidava para sair. Costumavam serem sempre os conhecidos, em geral de aulas que cursávamos juntos na faculdade. Vez ou outra tinha um que eu não conhecia. Eu não costumava dar likes de volta. Eu não era viciada nas redes, mas gostava.
Um clique e minha foto estava lá, com a redtag #acordando da balada. Logo um like de Kim, com o comentário “Sempre linda”. Claro, só podia ser ele. E por isso eu o amava tanto e ele era meu melhor amigo.
Tomei um banho e desci para o almoço de domingo em família. Minha mãe já estava com a mesa posta e Leon já roubava um pedaço de carne com seu garfo. Meu estômago embrulhou quando vi que ele comeria a carne. Embora eu não comesse carne, minha mãe nunca preparava uma refeição especialmente para mim. Eu tinha que me virar com o que tinha na mesa que me agradasse. Quando eu reclamava, ela sempre dizia:
- Pobre não tem direito a escolher o que vai comer.
Acho que na verdade ela queria dizer que pobre não poderia ser vegetariano, mas de alguma forma ela não queria me magoar. Sim, ela não fazia nada que eu realmente gostasse de comer, mas ainda assim se preocupava comigo. Acho que era coisa de mãe, que se preocupa, no entanto tenta fazer os filhos verem a realidade da vida.
Sentei-me à mesa e avistei uma salada apetitosa. Servi acompanhada de arroz branco. Minha mãe preparou um prato de comida para meu pai e depois levou para ele no quarto. Demorou até que ela conseguisse finalmente sentar para poder se alimentar.
- Comida gostosa. – elogiei.
- Obrigada. A partir de amanhã você me ajudará a preparar.
- Ok, eu posso fazer isso. Sou capaz.
Ela não disse nada. Talvez o fato de eu ter voltado tarde e acordado quase na hora do almoço a tenha deixado brava de alguma forma. Leon me olhou com um sorriso irônico e continuou a comer sua carne com vontade. Eu ri. Ele era um fofo, mesmo quando tentava me irritar.
- E Kevin? – perguntei.
- Kevin está por aí... Não aparece em casa desde sexta.
- Mas... Onde ele pode estar?
- Quem sabe? – ela disse tentando fingir que não estava preocupada.
Eu preferi não perguntar. Sabia o quanto era difícil conversar sobre meu irmão mais velho.
- Katrina, precisamos conversar depois. – ela falou seriamente.
Eu queria muito perguntar sobre o que, pois vi sua voz parecendo preocupada. Mas procurei não sofrer por antecipação. Assim que comemos, Leon foi assistir televisão e eu tirei a mesa. Lavei a louça e depois fui ao quarto ver meu pai.
Ele não parecia nada bem. Estava pálido e cansado além de emagrecer visivelmente a cada dia. Retirei o prato dele quase sem mexer da mesa de cabeceira e levei para cozinha. Depois retornei, deitei na cama ao lado dele e o abracei com carinho. Não importava o que ele tivesse feito e a culpa que ele carregava por ter perdido todo nosso dinheiro. Ainda assim eu o amava muito.
- Como se sente hoje? – perguntei acariciando o rosto dele.
- Cansado.
- Quem sabe amanhã poderíamos passear? – sugeri. – Só eu e você.
- Kat, querida... Eu não consigo mais sair desta cama. – ele disse com voz fraca.
- Claro que você consegue pai. É só fazer um esforço. Não há nada que diga que suas pernas estão com algum problema. – eu tentei animá-lo.
- Não. – ele disse.
Minha mãe entrou no quarto, colocou os óculos e sentou na poltrona. Percebi que o assunto realmente era sério: quase uma reunião de família. No entanto o problema pelo visto era eu. Fiquei atenta ao que viria.
- Bem, eu começo ou você, Adolfo? – ela perguntou para meu pai.
- Eu... Não teria coragem. – ele disse me olhando tristemente.
- Bem, Kat, você sabe que estamos falidos.
- Sim... Sei.
- Seu pai perdeu todo o dinheiro que tínhamos na mesa de jogo.
- Mãe, eu sei disto. – eu não queria que ela continuasse jogando na cara dele todo passado que já sabíamos.
Ele estava ali, deitado, deprimido, havia tentado contra a própria vida por conta de tudo que aconteceu. Não precisava ser mais punido ainda. Acho que a culpa que ele carregava era suficiente.
- Então... Vou direito ao ponto. Não temos mais um centavo para pagar a sua faculdade.
Eu fiquei atônita com aquele comunicado. A única chance que eu tinha de poder sair da vida que eu levava era estudando e seguindo depois uma profissão. No entanto minha mãe acabava de dizer que eu estava fora. O combinado havia sido que independente do que acontecesse, eu acabaria a faculdade. Eu era a única chance de a família poder ter um sustendo no futuro. Então fiquei ali, olhando para eles sem entender nada. Ela continuou:
- Sei que havíamos combinado outra coisa. Mas o dinheiro acabou por completo. Não sei por quanto tempo poderemos comer.
- Mas... Eu não sabia que estávamos nesta situação... Achei que...
- Achou errado. – ela falou rispidamente. – Tudo tem custo nesta casa. E a fonte esgotou-se por completo. Você precisa parar os estudos e procurar um emprego.
Um emprego? Eu não me recusava em procurar um emprego, só não tinha noção do que poderia fazer...
- Me desculpe. – disse meu pai me olhando arrependido.
- Não precisa se desculpar pai. – eu disse.
- Vai dizer que não foi culpa dele? – falou minha mãe ironicamente.
- Mãe, isso já passou... Não há mais o que fazer. Agora precisamos seguir.
- Eu não terminei. – ela continuou.
Olhei-a surpresa. Poderia haver algo pior que eu ter que deixar a faculdade? Aquilo era o sonho da minha família. Cresci sabendo que eu era inteligente e a escolhida para cursar o superior na família. No Reino de Noriah Sul, somente um dos filhos da classe E podia cursar a faculdade. Então eu era a escolhida. A justificativa para isso era fazer com que as pessoas tivessem menos filhos, podendo ter assim melhores condições de vida. Isso na nossa classe, pois as mais privilegiadas podiam ter quantos filhos quisessem e todos poderiam cursar a faculdade. Em minha opinião tudo era mentira: pobres não podiam ter filhos simplesmente porque eram pobres e o fato de escolher um para estudar era porque não podiam pensar, refletir, pois poderiam futuramente criticar a forma monárquica que vivíamos. Então a Família Lee não teria nenhum filho presente na faculdade. Logo, seríamos somente servos da monarquia. Aquilo doeu dentro de mim.
- Termine... – pedi não tendo certeza se queria que ela falasse.
- Seu pai perdeu também a casa.
Olhei para os dois sentindo meu coração bater descompassadamente. Seria aquilo verdade? Não bastasse meu pai ter perdido todo o dinheiro atual e futuro da família, inclusive o que havia guardado para eu estudar, também tinha posto em jogo nossa própria casa?
- Isso... É verdade? – perguntei confusa.
- Sim... – ele disse olhando para baixo. – Eu devia algum dinheiro e tive que dar a casa como segurança, pois...
-Pois ele estava sendo ameaçado, assim como toda nossa família. – terminou minha mãe sem rodeios.
Fiquei ali, sem saber o que dizer. Não tínhamos mais o meu dinheiro para faculdade e quem sabe em poucos dias não teríamos onde morar. Então nos restaria... Ir para a Zona K?
A Zona K era a última zona de morada. As zonas eram divididas de acordo com o poder aquisitivo das pessoas. O segundo item a ser levado em conta era o grau de estudo da família. E por terceiro os bens. Na K havia pobreza absoluta, sem emprego, morando em locais poucos dignos, podendo ser assaltado e levado o pouco que se tinha... Principalmente seu corpo e sua dignidade.
- Vamos arrumar um jeito para sair desta. – falei.
Minha mãe riu ironicamente:
- Não existe otimismo para este momento.
- Mas...
- A não ser que queira ser oferecida no baile de casamento.
- Não! – eu disse quase gritando.
O baile de casamento estava fora de cogitação. Era um evento anual onde os pais poderiam oferecer as filhas para quem estivesse disposto a aceitá-las. As garotas que lá estavam todos sabiam o motivo: falidas, degeneradas, violentadas, prostituídas e outras coisas que só os piores homens estavam dispostos a “obter”. Era quase um contrato: você participava do baile, era escolhida e sua família recebia um cheque no valor que o homem quisesse ou achasse que você valia. Em troca se casava com ele ali mesmo e ia embora para onde quer que fosse o lugar de onde ele veio. Eu nunca soube de alguém que tenha sido feliz desta forma. E nos dias de hoje já era um ato extremamente criticado pelo povo, em especial pelas mulheres feministas. Ainda assim a rainha Anne Marie não havia acabado com aquele evento horrível e antigo.
As mulheres da Zona A e B também participavam de um baile com objetivo de casamento. No entanto ele era bem diferente do que ocorria da zona C em diante. Estas meninas mais afortunadas, de famílias ricas e muitas delas inclusive sendo de contato com a própria monarquia, tinham a oportunidade de conhecerem seus pares neste evento, onde inclusive a monarquia participava, podendo incluir até mesmo os príncipes da família Chevalier. Privilégio de algumas poucas meninas pertencentes às famílias mais ricas de Noriah Sul. Neste caso, os pais que pagavam pelos maridos, diferente do que acontecia no da nossa zona. Então, para garotas como nós, participar daquele baile era impossível, pois nossas famílias não tinham dinheiro para poder pagar por um bom casamento, que neste caso não dava a garantia de ter um bom marido da mesma forma que era o da nossa zona.
Os bailes de casamento eram grandes eventos no reino de Noriah Sul. As pessoas mais velhas ainda se apegavam a estes eventos antiquados. Mas tinha sim possibilidade de conhecer o amor verdadeiro fora de um baile de gala, independente de ser o da Classe A ou da C em diante. O problema é que o dinheiro e a condição financeira era o que mais importava naqueles pais para todo mundo. Então, estar falido era a pior coisa que poderia acontecer na família Lee. Para todos nós.
- E Kevin? – perguntei
- Kevin é outra história. – ela disse.
ALANA Estou sentada na varanda do nosso quarto, acordei e resolvi sentar aqui, olhando longe, e com pensamentos ainda mais longes. Estou com uma barriga enorme, na próxima semana a primeira gestação completa trinta e oito semanas, a médica vai tentar adiar o máximo que pudermos, para que Miller nasça saudável. Olhando toda a minha tragetoria, todos os limites que precisei enfrentar, para ser feliz. Sim cada um de nós supera os próprios limites todos os dias, mesmo sem perceber. Vejo os meus avôs Higor e Lara, sempre achei que eles não me queriam por perto, mas eles tiveram que lidar com os limites da saudade, me deixando longe, para me proteger. Agora intendo porque a minha fuga foi tão fácil, contaram-me, que assim que perceberam o meu sumiço, pediram para um segurança ir-me a acompanhar de longe, e despistando quem fosse chegando perto, agradeço eles por isso. A família de Fernando estava envolvida em muita coisa errada, com Isadora, e com isso perderam muito dinheiro, os meus
MAXIMILLIAN A viagem foi ótima, até vovó Lara insistir que deveríamos voltar e ver a nossa médica. Então aqui estamos, e devo admitir estou nervoso, médica está mexendo o aparelho muito séria. Então parou e olhou-nos dois. — Por favor doutora, está tudo bem com o nosso filmo? — Pergunto enquanto seguro a mão da minha esposa. — Max e Alana vocês já ouviram falar em superfetação? — Não. — Respondendo juntos, ainda mais nervosos. — O chamado superfetação, é extremamente raro e ocorre quando a mulher continua ovulando apesar de estar grávida. E assim, pode ocorrer uma segunda gestação. Por sorte a de vocês e de diferença de poucas semanas, mesmo assim a segunda deixa os nossos cuidados redobrado, vamos aumentar tudo, vitaminas, repouso, visitas semanais para ir a acompanhar as duas crianças. — Então são gémeos? — Sim, são gémeos fraternos, vocês já querem ver o s** dos bebês? -SIM! Ela continuou o exame, disse que a diferença das crianças era de seis semanas, e revelou o que se
ALANA Estar com os nossos avôs mais uma vez em segurança, foi maravilhoso. Não vou dizer que fiquei triste com a morte de Isadora, infelizmente pessoas como ela nascem doentes, e se não tratadas, seguem fazendo o m@l por onde passa. Descobrimos muitas m@ldades dela, sequestros, mortes, trafico humano, tudo de pior ela havia feito em vida. O que chocou a todos era que ela, era responsável pela morte dos próprios pais, quando ainda era criança, tudo para cobrir as m@ldades que ela fazia com o irmão. Mas, agora isso tudo e passado. Para vovô Valter e vovó Mary ficou a parte difícil, contar para os irmãos de Bruno, que eles não eram filhos de Isadora e Laerte. Valter deixou calor para eles, que independente de irem procurar a verdadeira família ou não, continuavam netos deles. Infelizmente os pais de Ingrid eram falecidos, Estevão e Isadora mataram o casal para roubar o bebé recém-nascido. Jorge descobriu que era filho único, de um casal que ia todos os meses visitar um túmulo va
VALTER Como um homem de poder, que com os amigos de faculdade conseguiu erguer um império industrial, fui enganado por tantos anos por uma mulher, que acolhi na minha família. Senti um alívio quando tudo foi esclarecido, então aceitei a viagem com esses loucos. Embarquei, nessa aventura. Porém, assim que saímos da casa, acompanhados por Regina, uma segurança da família de Maximillian, o motorista parou num cruzamento e fomos abordados por quatro indivíduos. A primeira coisa que fizeram foi dar dois tiros em Regina, que ficou a sangrar nos braços de Rita. O carro onde estávamos seguiu um caminho diferente, e quando chegamos numa estrada próximo de uma ponte, na zona rural, tinha mais dois carros esperando, a nossa surpresa quando Isadora saiu de um deles. Regina, nesse momento tentou reagir, levou mais alguns tiros, e caiu no rio, o sofrimento de Maximus e Rita, por ver a moça, sumindo nas águas, com certeza, já sem vida. Fomos colocados num carro, e seguimos até chegar numa co
MAXIMILLIAN Acordei de madrugada escutando o celular tocar, eram mensagens chegando. Abri e eram foto dos meus avôs, estavam cada um numa cela. Também um vídeo, mostrando onde eles estavam, onde ela falava: — Olha gostoso e gostosa, estou a cuidar bem dos vovôs de você. Porque quem eu quero ver sentir dor e prazer vai ser vocês dois. Não vejo a hora de f** essa c@del@ da Alana, e arromba@ você também Maximillian, sempre tive um t*** em você, até fiz umas brincadeirinhas com Bruno quando era criança, imaginando ser você. Mas com ele não tinha muita graça, ele era fácil de mais. Você eu tenho certeza que ira gritar gostoso, como um macho de verdade. Estou a enviar o número da conta e a localização, se eu ver a polícia vocês já sabem, eles morem. Estejam aqui as dez da manhã. O vídeo termina e percebo Alana do meu lado, nem havia percebido que assistia tudo também. — Ela é louca, mas acho que eu manicómio não será o suficiente para ela. — Você está certa. — Mas, agora vamos tomar
MAXIMILLIAN Susan entrou em contato para passar informações. A localização informada por Lucas, pertencia a Isadora, que usou o lugar como casa de sodomia particular dela. No diário de Estevão era descrito como "i*** particular", por sorte nas coisas dele, eles conseguiram fotos de lá. Era realmente difícil de ver as imagens. Todas as fotos chocavam, desde s que foram tiradas sem a presença de ninguém, o que já daria medo numa pessoa normal. Porém, os vídeos e fotos do que realmente Isadora fazia ali dentro com seres humanos e animais era repugnante, nem mostrei a Alana. Eles conseguiram imagens recentes, e o lugar era uma verdadeira fortaleza. Ela não pensava que alguém poderia invadir. Infelizmente, não viam outro meio que não fosse aceitar a chantagem dela e ir até lá. Mas, não queria concordar, nunca que iria deixar aquela louca perto da minha mulher depois que tinha visto as fotos, do que ela fazia com as mulheres ali dentro. Fiquei ainda uma hora no hospital, foi quan
Último capítulo