A semana seguinte ao festival passou com um ritmo inesperadamente calmo. Desde o reencontro leve e divertido, Isabela e Lorenzo começaram a se falar com mais naturalidade. Nada forçado. Os abraços ainda eram hesitantes, mas existiam. Os olhares duravam um pouco mais. As meninas também mudaram: Valentina, sempre mais reservada, começava a sorrir mais nas conversas com o pai, e Aurora fazia desenhos com a família inteira — e Lorenzo estava sempre lá, com cara engraçada e um coração no peito.
Era uma tarde de quarta-feira quando Isabela, deitada no sofá, com uma xícara de chá na mão, recebeu uma mensagem no celular. Era de Lorenzo.
“Temos um tempo pra conversar, só nós dois?”
O coração dela apertou, mas respondeu:
“Claro. Hoje, às 20h. As meninas dormem cedo.”
Naquela noite, o clima estava tranquilo. Guilherme havia saído para uma confraternização do trabalho, e a casa estava silenciosa. Aurora dormia agarrada à boneca nova e Valentina lia um livro na cama, com a porta entreaberta. Isabe