A notícia da prisão de Ludmila percorreu as manchetes por dias. As gravações entregues à Interpol e à Polícia Federal haviam causado um verdadeiro terremoto no setor financeiro e nos círculos políticos corruptos que ela frequentava. A rede foi desfeita, contas congeladas, cúmplices presos ou em fuga. Para Lorenzo, era como fechar o último ciclo de um passado que insistia em voltar.
Mas agora, havia espaço para respirar.
Na casa de Isabela, o clima era outro. Pela primeira vez em muito tempo, todos estavam juntos sem medo. Valentina e Aurora corriam pelo quintal com Guilherme, que as fazia rir ao se vestir de fada com asas feitas de cabides e tule.
— Senhoras, o reino encantado está seguro novamente! — gritava, rodopiando com um espanador na mão como se fosse uma varinha.
Isabela ria tanto que precisou sentar no sofá. Lorenzo, apoiado no batente da porta, observava a cena com um sorriso discreto. Pela primeira vez, seus ombros pareciam menos pesados.
— Isso que é magia, hein? — ele com