Liz tamborilava os dedos sobre a mesa e soltou um muxoxo irritado. Já estava ali havia mais de meia hora, esperando na sala de interrogatórios. O detetive Cartumis sequer permitira que ela trocasse de roupa. Desde que ficara sozinha no labirinto, Liz pensara em escapar: pretendia buscar sua maleta no quarto e deixar o país o quanto antes. Dante estava morto. Amélia seria presa. A hora de desaparecer parecia perfeita.
Mas bastou colocar os pés fora do labirinto para Alex Cartumis interceptá-la e colocá-la num carro da polícia, com ordens expressas para levá-la diretamente à delegacia.
Agora, ali estava ela: exausta, faminta e tomada por uma tristeza sufocante. Havia perdido Dunga. E Lucas… Lucas olhava para Alis como nunca havia olhado para ela. A "cretina" da Alis, que se fingia de inocente… mas que era, de fato, inocente.
Liz sabia, no fundo, que a verdadeira cretina era ela mesma. Usara a única pessoa que de fato compartilhava seu sangue. De certo modo, talvez merecesse estar ali.
A